Quem passa pela rua João Guimãraes, nº 369, em Porto Alegre, talvez não perceba o pequeno paraíso que se esconde ali. A fachada discreta é quase um portal para um espaço que cumpre o que propõe: ser um atelier de doces. A decoração feita com crochê e compotas de geleia que funcionam como vasos para as flores já entrega que tudo é feito com amor e de forma bem artesanal.

Comandado pelas sócias Letícia Souza e Francelize Fuzer, o local opera há pouco mais de um ano e é um sucesso entre quem circula no bairro Santa Cecília. Basta ir uma vez para entender por que o balcão está sempre vazio no final do dia. As gurias recebem a clientela com sorriso no rosto: explicam o cardápio, mostram as novidades do dia e sempre tentam criar vínculos afetivos com quem está ali. Assim como os quadrinhos de crochê, que ligados um a um formam as toalhas que cobrem as mesas do espaço, as empreendedoras entendem e demonstram a importância que cada cliente tem para o funcionamento da operação.

Além disso, um dos objetivos do Rocambolo é cobrar um preço justo pelos quitutes. As fatias de torta (generosas, vale ressaltar) custam entre R$ 8,00 e R$ 10,00. A minha dica para quem for conhecer o espaço é a torta banoffe, feita com banana e doce de leite, acompanhada do chá gelado de frutas, produzido na casa, que custa R$ 6,00 o copo. Como convivo com uma intolerância à lactose, nem sempre posso provar os doces tradicionais. Por isso, fica a dica do brownie vegano, que é delicioso e contempla quem tem restrições alimentares ou quem opta por alimentação sem derivados de origem animal. O Rocambolo é um daqueles lugares que ilustra o que eu acredito ser a essência do empreendedorismo: fazer o que se acredita com amor e gerando impacto positivo.