Transformações no mercado da moda acompanham o mundo digital

O fim da 'tendência'


Transformações no mercado da moda acompanham o mundo digital

Não faz muito, a produção de moda no Brasil era uma espécie de máquina do tempo - mais especificamente, de seis meses. Louváveis exceções à parte, claro, o que se via nas esteiras de produção e nas vitrines nacionais seguia um padrão ditado pela Europa e pelos Estados Unidos na estação anterior. O que era in no hemisfério Norte, meio ano depois, rumava ao Sul com alguma pitada tropical, e olhe lá.
Não faz muito, a produção de moda no Brasil era uma espécie de máquina do tempo - mais especificamente, de seis meses. Louváveis exceções à parte, claro, o que se via nas esteiras de produção e nas vitrines nacionais seguia um padrão ditado pela Europa e pelos Estados Unidos na estação anterior. O que era in no hemisfério Norte, meio ano depois, rumava ao Sul com alguma pitada tropical, e olhe lá.
Essa era das "tendências", senhoras e senhores, acabou. A moda, como um todo, vem se reinventando graças a uma revolução social e econômica: a transformação digital. Hoje, tudo o que é postado e coletado no ambiente de redes sociais torna-se subsídio para a comunicação e o desenvolvimento de marcas e produtos. Isso vale para qualquer indústria, mas é ainda mais decisivo na da moda - que é essencialmente pautada pela expectativa das pessoas, por seus sentimentos, reflexões, jornadas de consumo e de comportamento.
A revolução digital mudou a maneira como os consumidores absorvem e geram conteúdo. Saber coletar informação a partir do comportamento social - materializado, sobretudo, pelas redes - é vital para qualquer player de moda. As marcas podem ver o que elas criaram sendo usados por homens e mulheres da vida real. Isso gera um movimento completamente novo de relacionamento com as coleções, coletando percepções, visões e novas ideias.
Se antes a máquina do tempo de seis meses refletia nas vitrines brasileiras o que era visto no exterior, agora qualquer marca pode ter à disposição o coração e a mente de seu cliente. Basta saber aproveitar a base de dados que é gerada continuamente: coletar e analisar esses insights, investir em comunicação e marketing, criar comunidades em torno de conteúdos próprios, através de seus canais sociais. Enfim, manter esse ativo digital de relacionamento vivo e pulsante.
Em vez das grandes feiras e convenções na Europa, em uma lógica de cima para baixo, bebemos de algo muito mais próximo: o nosso próprio cliente. Trata-se de algo mais orgânico e real.
Menos reféns das "tendências", prestamos atenção aos movimentos. E são eles que podem nos dar o diferencial para crescer e fazer algo genuinamente relevante.

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