Isadora Jacoby

O Sexlog tem crescimento de 25% ao ano em seu faturamento

Rede social brasileira focada em sexo já tem 11 milhões de usuários

Isadora Jacoby

O Sexlog tem crescimento de 25% ao ano em seu faturamento

No ar há 10 anos, a rede social brasileira Sexlog reúne mais de 11 milhões de usuários e cerca de 100 mil assinantes que pagam em torno de R$ 49,90 ao mês para ter acesso integral a plataforma e, a partir dela, realizar seus fetiches sexuais. A maior parte da renda do negócio é proveniente da assinatura. Além desse modelo, são comercializadas moedas para uso dentro da própria plataforma. Mayumi Sato, sócia diretora da eSapiens Venture, aceleradora que adquiriu o empreendimento há cinco anos, falou, durante a Gramado Summit, sobre os desafios das leis do marketing digital no ramo do sexo. 
No ar há 10 anos, a rede social brasileira Sexlog reúne mais de 11 milhões de usuários e cerca de 100 mil assinantes que pagam em torno de R$ 49,90 ao mês para ter acesso integral a plataforma e, a partir dela, realizar seus fetiches sexuais. A maior parte da renda do negócio é proveniente da assinatura. Além desse modelo, são comercializadas moedas para uso dentro da própria plataforma. Mayumi Sato, sócia diretora da eSapiens Venture, aceleradora que adquiriu o empreendimento há cinco anos, falou, durante a Gramado Summit, sobre os desafios das leis do marketing digital no ramo do sexo. 
Na cartela de produtos da eSapiens Venture há outros projetos peculiares. "Temos a maior rede social de astrologia do Brasil, com mais de cinco milhões de pessoas, a Astrolink. Temos alguns negócios de blockchain, um deles é o Invester, um aplicativo para microempreendedores ou investidores em criptomoedas, e uma série de outros projetos onde aplicamos o conhecimento que adquirimos no Sexlog para alavancar novos resultados", explica ela.
"A primeira dificuldade é que não usamos nenhuma estratégia de marketing convencional no Sexlog. Não compramos tráfego, não fazemos anúncio nas redes sociais, não compramos banner ou contracapa de revista. Não fazemos nada que o bê-a-bá do marketing digital diz. Ainda assim, crescemos 3 milhões de pessoas ao ano." Além do desafio na hora de consolidar o nome da marca, a contratação de serviços para colocar a plataforma no ar é um empecilho. Mesmo assim, o crescimento no faturamento anual é de 25%.
"Não conseguimos contratar alguns serviços, como, por exemplo, um antifraude ou um gateway de pagamento. Os antifraudes disponíveis no mercado, por conta de tabu, não nos atendem. Por isso mesmo, dentro da Venture, temos 60 pessoas dedicadas ao Sexlog e 80% delas são desenvolvedoras", expõe. Um time de colaboradores oriundos do Booking ainda fazem parte da equipe. "Temos muito orgulho de falar isso porque o Booking é uma referência na utilização de dados", complementa.
Apesar das dificuldades operacionais de colocar o serviço no ar, o preconceito ainda é a maior adversidade para tocar o negócio. "Temos muito tabu e moralismo envolvido nessa conversa que permeia a sexualidade. Somos a maior rede social de 'tem um primo meu cadastrado' que já existiu. Ninguém admite isso, ninguém gosta de falar das suas experiências, e isso reflete nas nossas decisões dentro do negócio", pondera. Para driblar essa questão, o Sexlog passou a se especializar na leitura do seu próprio banco de dados para entender o comportamento do brasileiro.
"Há 5 anos, enfrentamos uma dificuldade muito grande quando o crescimento orgânico parou de acontecer. Foi nesse momento que colocamos os dados para tomada de decisão. Começamos a implantar e cultivar essa cultura analítica e isso fez toda diferença. As equipes de cientistas de dados criam uma série de insights no nosso dia a dia que nos permitem tomar decisões melhores e investir nas ferramentas certas", explica.
Em processo de internacionalização da marca, o Sexlog já está presente nos Estados Unidos e na Itália. Para Mayumi, a grande lição do trabalho com a rede social foi a capacidade de criar soluções. "Quando você tem grandes dificuldades, você cria alternativas criativas para lidar com elas."
Nessa conjuntura, falhar faz parte da estratégia do negócio. "Quando a gente não tem o poder de utilizar os meios tradicionais de comunicação, gestão e gerenciamento, é natural que vá dar errado. Estamos desafiando as leis do marketing. Somos uma referência na utilização de dados. A cada 10 projetos, um dá certo, e entendemos que todos que deram errado foram importantes para chegarmos ali."
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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