Helena Ben

Sócia na agência Batuca, Helena Ben fala sobre liberdade e experiências diferentes

Novo ano, novos hábitos

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Sócia na agência Batuca, Helena Ben fala sobre liberdade e experiências diferentes

Não lembro o contexto exato dessa busca, mas, um dia, em 2011, estava em uma "operação de guerra" atrás de uma pessoa específica no Facebook. Nessa varredura, encontrei uma foto curiosa: era uma banda liderada por um guitarrista com uma cabeça de cavalo e outras três pessoas com uma roupa bem estranha e uma espécie de maquiagem esquisita. O primeiro ímpeto foi clicar na pessoa marcada na cabeça do cavalo (óbvio). Busquei o perfil e percebi que era um estudante de medicina. Vasculhei um pouco e segui clicando em todos os nomes da banda. Não achei quem eu estava procurando, mas percebi um certo "padrão" nessas pessoas aleatórias: todos eram estudantes de medicina e, pelo que parecia, além de terem uma banda juntos, faziam jantares, iam a festas, andavam de bike e, pelo que reparei, os que tinham namorada, namoravam estudantes da turma. Na época, eu também estudava e já começava a trilhar minha carreira publicitária. E, em um determinado momento, percebi que estava fazendo o mesmo que a banda da cabeça de cavalo: andava com as mesmas pessoas, ia aos mesmos lugares, fazia os mesmos programas que todos os meus amigos de faculdade. Mas qual o problema disso?
Não lembro o contexto exato dessa busca, mas, um dia, em 2011, estava em uma "operação de guerra" atrás de uma pessoa específica no Facebook. Nessa varredura, encontrei uma foto curiosa: era uma banda liderada por um guitarrista com uma cabeça de cavalo e outras três pessoas com uma roupa bem estranha e uma espécie de maquiagem esquisita. O primeiro ímpeto foi clicar na pessoa marcada na cabeça do cavalo (óbvio). Busquei o perfil e percebi que era um estudante de medicina. Vasculhei um pouco e segui clicando em todos os nomes da banda. Não achei quem eu estava procurando, mas percebi um certo "padrão" nessas pessoas aleatórias: todos eram estudantes de medicina e, pelo que parecia, além de terem uma banda juntos, faziam jantares, iam a festas, andavam de bike e, pelo que reparei, os que tinham namorada, namoravam estudantes da turma. Na época, eu também estudava e já começava a trilhar minha carreira publicitária. E, em um determinado momento, percebi que estava fazendo o mesmo que a banda da cabeça de cavalo: andava com as mesmas pessoas, ia aos mesmos lugares, fazia os mesmos programas que todos os meus amigos de faculdade. Mas qual o problema disso?
Talvez para os estudantes de medicina não houvesse problema algum, justamente o contrário. O fato de conviver com pessoas que encaram a mesma jornada estressante de estudo auxiliava a lidar com a pressão e manter, o mínimo, de vida social. Já na publicidade, escutamos desde o começo frases do tipo: "o segredo da criatividade é saber esconder as fontes." Ué, mas, afinal, como poderia ou deveria esconder as fontes já que todos consumiam exatamente a mesma coisa?
Então, se o segredo para a criatividade é o repertório e as conexões que fazemos, como podemos ser criativos se consumirmos, falarmos e convivermos apenas com os "iguais" a nós?
Para mim, o segredo da criatividade mora aí, em estar aberto a conhecer as coisas que estão fora das zonas do "gosto" ou "não gosto".
Vá ver Coringa, mesmo que você não goste de filmes de super-heróis. Permita-se entrar naquele restaurante de comida local que fica na esquina do seu bairro e que você nunca foi. Vá àqueles museus 'instagramáveis' na sua próxima viagem, mas também vá ver arte sacra, pré-histórica ou algo que você nunca teve curiosidade. Assine a Netflix para entender os fenômenos de La Casa de Papel, Vis a Vis e Stranger Things, mesmo que seja para assistir a um episódio.
Permita-se ver e viver experiências que não têm absolutamente nada a ver com você. Afinal, nem sempre os gostos e hábitos dos nossos clientes (e dos clientes dos nossos clientes) são iguais aos nossos.
Helena Ben

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