Rafael Codonho

"A tecnologia encanta, mas também assusta"

Corra como o Indiana Jones!

Rafael Codonho

"A tecnologia encanta, mas também assusta"

Participar da Web Summit é como estar num episódio de Black Mirror. Em determinado momento, você se depara com uma coletiva de imprensa - só que o entrevistado é um robô. Ou joga basquete numa quadra repleta de sensores, que vão indicando, em tempo real, todas as estatísticas da partida. Ou vê, lá no alto, um ringue de boxe com dois oponentes fazendo um duelo de pitches. Em sintonia com a série, há um quê de sinistro nisso tudo. A tecnologia encanta, mas também assusta.
Em outras partes, avançamos para a década de 2060 e nos tornamos conterrâneos dos Jetsons. A palestra é sobre carros voadores. Sim: eles estão chegando - e antes do previsto pelo desenho. Segundo empreendedores que estão à frente do projeto, nos próximos cinco anos, já haverá veículos sobrevoando nossas cabeças. É uma resposta radical àquele que está entre os principais problemas das grandes cidades: o trânsito, que faz o homem perder tempo a cada dia.
Com diversos exemplos, o maior evento de tecnologia e inovação do mundo nos mostra que o futuro está logo ali. E a transformação digital se apresenta como aquela pedra gigante que corre atrás de Indiana Jones: ou as empresas aceleram o passo e se adaptam às mudanças, ou serão esmagadas. O consenso é de que não há outro caminho. Então, faça como o arqueólogo: corra. Se errar durante o processo, sem problemas. O importante é seguir adiante.
Vivemos uma espécie de paradoxo. Nunca estivemos tão avançados tecnologicamente, mas, ao mesmo tempo, tão superficiais. Nesse sentido, o formato do evento não poderia ser mais adequado. Foram quatro dias de programação, com painéis - em sua maioria - de não mais do que 20 minutos. Afinal, esta é uma geração que quer insights, mas se tornou refratária à profundidade.
Chamo atenção para a melhor parte da Web Summit: não param de surgir empreendedores dispostos a melhorar a vida das pessoas. Eles identificam determinada necessidade e colocam sua energia para construir uma solução. Abrem mão de suas carreiras, investem seus recursos, fazem sacrifícios. Essa é a batida das startups, que exigem - antes de mais nada - um ato de fé. Enfrentam obstáculos, mas vão em frente, confiantes de que têm uma contribuição a oferecer ao mundo. Com mais ação e menos idealismo. Com autenticidade, como deve ser.
CRITÉRIO/DIVULGAÇÃO/JC
Rafael Codonho

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