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Desde 1987 na estrada, ex-vocalista do TNT segue na ativa

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No apartamento em Porto Alegre que usa como retiro para suas composições, o ex-vocalista da banda TNT, Charles Master, guarda dezenas de discos, instrumentos, CDs e outros elementos que remetem à música. Ele tem uma relação muito especial com a arte, pois ela lhe proporcionou viver situações inesquecíveis. Hoje, Charles faz shows em casas noturnas. "Eu tinha um violão, Flávio Basso (o Júpiter Maçã) tinha outro. Nós fomos melhores amigos de infância, e começar a fazer música foi mais uma das nossas brincadeiras", conta.
No apartamento em Porto Alegre que usa como retiro para suas composições, o ex-vocalista da banda TNT, Charles Master, guarda dezenas de discos, instrumentos, CDs e outros elementos que remetem à música. Ele tem uma relação muito especial com a arte, pois ela lhe proporcionou viver situações inesquecíveis. Hoje, Charles faz shows em casas noturnas. "Eu tinha um violão, Flávio Basso (o Júpiter Maçã) tinha outro. Nós fomos melhores amigos de infância, e começar a fazer música foi mais uma das nossas brincadeiras", conta.
A brincadeira virou negócio. Em 1987, surgiu o TNT, que ficou em voga até o final de 1992. Contemporânea de grupos como Engenheiros do Hawaii e Os Replicantes, a banda enfrentou dificuldade quando ritmos como o axé e o pagode viraram febre, nos anos 1990.
"Era bem na época de músicas como 'Na boquinha da garrafa'. Os caras tomaram conta, e a gente acabou voltando para o Sul. Como um negócio que entra em baixa. Estávamos bem, tocamos no Globo de Ouro, no Chacrinha e na Xuxa, por exemplo. De repente, não tinha mais tanto espaço", lembra Charles. O músico, que havia trancado a faculdade de Jornalismo para se mudar para o Centro do País, decidiu reingressar na Pucrs em meio ao cenário desfavorável ao seu estilo. Nessa época, teve que trabalhar em outros segmentos. Para manter a música em sua vida, administrou uma revenda de carros e ainda gerencia uma estética automotiva. "Sabia que era importante e que depois, na volta, ia estar mais maduro, mais eficaz na forma de contar minha história e passar tudo para os outros", entende.
O retorno começou aos poucos. Charles lançou seu primeiro disco solo em 2000. Três anos depois, o TNT se reuniu e gravou um DVD. 2005 marcou o último trabalho da banda em conjunto. Em 2008, Charles lançou o álbum Ninguém é perfeito, do qual se orgulha bastante, dizendo que "muitos nomes de grandes rádios consideram esse um dos maiores álbuns da história do rock gaúcho". O último projeto dele foi em 2012, com o CD e DVD Charles Master ao vivo, que teve uma tiragem distribuída no mês de dezembro do ano passado.
Hoje, além do Rio Grande do Sul, ele se apresenta em outros estados e aposta nas redes sociais e em seu site. "Meu filho mais velho que cuida. Quando entendi que isso era importante, não me distanciei mais. Dou uma mexida também. O problema é que muitos da geração que curtia o TNT na época que estourou não estão nas redes."
A quantidade de seguidores no Instagram, no entanto, não tem muita relevância para o músico, que percebe uma renovação do seu público. "Há pouco, estive em Caxias do Sul. Muita gente da minha geração acompanhada pelos filhos. Todos cantando juntos. Alguns adolescentes desacompanhados buscando pelo meu trabalho sem ter uma figura mais velha do lado. Depois do show, fiquei duas horas dando autógrafos e tirando fotos. Sou suspeito para falar dos meus trabalhos, mas, caso não tivessem sido bons, isso não aconteceria", entende.
Charles, agora, projeta um futuro junto à família, mas sem deixar de produzir músicas. "Quero curtir meus filhos, ficar com a minha esposa e ter força e saúde para compor com as pessoas que eu gosto, e, quem sabe, descobrir novos parceiros. Certamente, se eu tivesse nascido com a quantidade de hits que tenho e que ainda vou botar na rua, viveria de direito autoral e não precisaria mais tocar para sustentar minha família", diverte-se.
Os materiais do ex-líder do TNT podem ser encontrados por meio de seu Instagram @charlesmasteroficial e de seu site.
 

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