Isadora Jacoby

A Pedramoura une o consumo sustentável de carne com a praticidade da entrega em casa

Empresa aposta em venda de carnes nobres sob demanda

Isadora Jacoby

A Pedramoura une o consumo sustentável de carne com a praticidade da entrega em casa

Antigamente, em cidades do interior, o consumo de carne era feito de uma maneira diferente. Uma pessoa da vizinhança abatia um animal e distribuía a carne para os conhecidos, tendo, assim, um aproveitamento maior daquele produto. Com o crescimento da indústria, essa prática foi praticamente esquecida e, hoje, estamos acostumados a comprar a carne embalada em uma bandeja no supermercado. 
Antigamente, em cidades do interior, o consumo de carne era feito de uma maneira diferente. Uma pessoa da vizinhança abatia um animal e distribuía a carne para os conhecidos, tendo, assim, um aproveitamento maior daquele produto. Com o crescimento da indústria, essa prática foi praticamente esquecida e, hoje, estamos acostumados a comprar a carne embalada em uma bandeja no supermercado. 
No entanto, a Pedramoura, empresa de venda de cortes de carne, pretende justamente retomar esse hábito. Criada em fevereiro pelos sócios Vinicius Grings da Silva, 28, Rafael Rost, 31, e Cristian Samuel Petry, 27, a startup oferece para seus clientes uma nova forma de consumo. Os amigos moravam em Rolante e tinham uma ligação forte com o campo. "Eu criava gado e, na hora de vender, tinha uma dificuldade grande de receber o valor que eu tinha investido. Não conseguia receber pela qualidade dos animais que eu estava criando", conta Vinicius. Foi a partir daí que os sócios começaram a elaborar o modelo de negócio. A ideia é valorizar o pequeno produtor rural, aproximá-lo do consumidor final e, assim, ofertar um consumo mais sustentável. 
O projeto, que levou mais de um ano para ser concebido, começou com testes. Os amigos vendiam para conhecidos sob demanda e viram que o modelo de negócio era promissor. "Vendemos o primeiro boi e a galera já começou a perguntar quando seria o próximo, então vendemos o segundo, o terceiro e assim foi indo. Decidimos criar a marca e trazer esse modelo para as normas sanitárias, para um processo de empresa", explica Vinicius. 
Na prática, o processo funciona assim: os sócios disponibilizam um lote de carne, o cliente escolhe qual corte vai querer e, somente quando todo o lote for vendido, é feito o abate dos animais. "Nosso site já divide esse gado nos cortes que ele vai gerar. Se vão ser 10 bois, vão ser 20 picanhas, 20 vazios. Colocamos a venda, e só quando vendeu tudo a gente abate gado, processa a carne e entrega. Garantimos que a carne que a gente entrega é extremamente fresca." No final da compra, o cliente escolhe de que maneira deseja receber o produto: em casa ou em pontos de coleta. A data para entrega é definida no momento da compra. Além disso, a relação com o produtor é muito importante. Vinicius conta que o valor que eles pagam é cerca de 15% maior que o de mercado. Tudo isso para garantir a procedência e qualidade da carne. No site, o cliente tem acesso a informações sobre a origem do animal, raça, fazenda onde foi produzido e como ele foi alimentado. Os lotes, hoje, abrem a cada 15 dias, mas os sócios acreditam que em breve a periodicidade deve ser semanal em função da crescente demanda. No momento da compra, o cliente escolhe de que maneira deseja receber o produto: em casa ou em pontos de coleta. A data para entrega é definida no momento da compra. 
LUIZA PRADO/JC
Para estimular o consumo de cortes menos conhecidos e, assim, evitar o desperdício do produto, são oferecidos kits com valores mais acessíveis que misturam os cortes mais conhecidos com outros não tão procurados pela clientela. "Tentamos ao máximo incentivar que as pessoas a comprarem também essas peças. A gente faz uns preparos, com cozinheiros e chefs, para mostrar possibilidades e divulga eles nas redes sociais. É engraçado que, às vezes, as pessoas recebem um corte desconhecido e depois, no próximo lote, já passam a comprar aquele", relata Vinicius. 
Hoje, os sócios trabalham somente com dois produtores rurais que criam gado das raças angus e braford. O investimento inicial da operação foi de R$ 200 mil e os sócios acreditam que devem ter retorno desse valor em um período de dois anos. O maior desafio, no entanto, é, para Vinicius, é mudar a forma de consumo. Com a proposta de não ter estoque para evitar o desperdícios, o modelo de negócio conta com a organização do cliente na hora da compra. "Às vezes as pessoas querem a carne para aquele momento e a gente não tem. Mas sempre que a pessoa tem uma programação, a gente consegue atender e é bem interessante a mudança que as pessoas vão fazendo. Tem gente que já deixa o churrasco agendado para o dia que é feita a entrega. então é um jeito diferente de consumir."
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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