Giana Milani

Projeto pioneiro surgiu a partir de uma necessidade familiar

Residencial atende deficientes intelectuais a partir de 18 anos

Giana Milani

Projeto pioneiro surgiu a partir de uma necessidade familiar

Abrir um residencial para atender deficientes intelectuais era o sonho de Maildes e Lecy Mello. O projeto que eles traziam na cabeça ganhou forma a partir de uma necessidade. Segundo a filha do casal, a jornalista Caren Mello, com o pai idoso e a mãe diagnosticada com Alzheimer, o irmão Cesar, de 60 anos, precisou ir morar em uma clínica geriátrica. “Ele reclamava que não gostava de ficar lá”, lembra. Com isso, a família reformou o antigo lar para criar o Residencial Conviver Lecy Mello (rua Mariante, nº 395, bairro Rio Branco), um espaço de convivência, crescimento e segurança para aqueles que, como Cesar, corressem o risco de ficarem desassistidos na falta dos pais.
Abrir um residencial para atender deficientes intelectuais era o sonho de Maildes e Lecy Mello. O projeto que eles traziam na cabeça ganhou forma a partir de uma necessidade. Segundo a filha do casal, a jornalista Caren Mello, com o pai idoso e a mãe diagnosticada com Alzheimer, o irmão Cesar, de 60 anos, precisou ir morar em uma clínica geriátrica. “Ele reclamava que não gostava de ficar lá”, lembra. Com isso, a família reformou o antigo lar para criar o Residencial Conviver Lecy Mello (rua Mariante, nº 395, bairro Rio Branco), um espaço de convivência, crescimento e segurança para aqueles que, como Cesar, corressem o risco de ficarem desassistidos na falta dos pais.
MARCELO G. RIBEIRO/JC
O local tem capacidade para 12 moradores, que ficam sob cuidado 24 horas e podem realizar atividades de artesanato, culinária e desenho. Há supervisão psicológica e serviços como hospedagem e day care. Os valores são sob consulta. “Nossa meta é oferecer um lar acessível, no qual se sintam realmente como se estivessem em casa”, detalha a arte educadora Ângela Godinho, que administra o negócio e tem mais de 40 anos de experiência na área. Ela conta que a equipe, de cinco colaboradoras, é formada por parentes de pessoas que têm deficiência. “A psicóloga tem um irmão, a nutricionista tem um irmão, a pedagoga tem um filho. Realmente reunimos pessoas que já têm conhecimento. Precisamos dar suporte maternal”, explica. Além do staff, voluntários ministram oficinas e cuidam da horta e do parreiral.
MARCELO G. RIBEIRO/JC
Um dos desafios do empreendimento, conforme Caren, foi enquadrar a categoria da Moradia Protegida, que não é clínica, nem geriatria. “Foi possível por causa de uma resolução municipal, mas foi a primeira de Porto Alegre, só encontramos algo semelhante em Belo Horizonte. Muitas pessoas têm nos procurado, interessadas em saber o modelo, mas nem todas as cidades possuem essa legislação municipal”, destaca. Foi preciso também correr contra o tempo e a burocracia. “Queríamos inaugurar logo para a minha mãe se dar conta”, ressalta.
Maildes, 91 anos, que é psicólogo e advogado, considera o projeto uma satisfação pessoal. “Somos muito otimistas, era um problema emocional da família e a natureza não nos poupa. Estou sentindo que estou perdendo a juventude”, brinca. “Estamos preparados para uma morte feliz, pois deixaremos nosso filho numa casa que é nossa, é dele”, enfatiza.
Giana Milani

Giana Milani - repórter do GeraçãoE

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Giana Milani - repórter do GeraçãoE

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