Isadora Jacoby

Equipe do GeraçãoE compartilha momentos marcantes vividos no ponto turístico da Capital. Envie sua história nos comentários dessa matéria também!

Qual sua lembrança do Mercado Público?

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Como o coração de mãe: sempre cabe mais um 
Como o coração de mãe: sempre cabe mais um 
Isadora Jacoby
Conheci o Mercado Público no dia desta foto. Segundo a minha mãe, Vera Helena Jacoby, o passeio aconteceu em 1 de novembro de 1992. Eu estava prestes a completar meu primeiro ano de vida e a família veio de Vacaria, minha terra natal, passear na Capital. O registro foi, provavelmente, feito também pela minha mãe, a maior fã do Mercado que eu conheço. 
Entusiasta do Centro Histórico, todos os sábados sai do Bom Fim rumo às compras no Mercado. É lá que ela busca a carne para o churrasco, o peixe para a moqueca e os temperos que fazem parte dos segredos das suas maravilhosas receitas. O Mercado sempre esteve nas histórias que ela me contava da adolescência em Porto Alegre: da sopa no Gambrinus à salada de fruta com sorvete na Banca 40. A primeira vez que provei a sobremesa mais famosa da cidade foi na companhia dela. A partir dessas lembranças, já até combinamos um almoço no Gambrinus para o próximo sábado. O Mercado Público é acolhida, é diversidade de cheiros e sabores, é muita gente em um mesmo lugar. E a casa da minha mãe é assim também: cheia de amor, de comida boa e sempre cabe mais um ao redor da mesa. 
A oportunidade de andar de ônibus em família
Mauro Belo Schneider
O dia de ir ao Mercado Público de Porto Alegre era a oportunidade de a minha família andar de ônibus em grupo. Uma aventura empolgante para um menino que morava no bairro Passo d'Areia, na Zona Norte, longe do fervo do Centro Histórico.
Era, normalmente, aos sábados pela manhã o dia de buscar algum queijo, erva ou coisas para beliscar antes do churrasco. O pai preferia o transporte público, pois os estacionamentos eram caros demais.
Daquele tempo até hoje, o que mais me marca quando chego ao Mercado é o cheiro de peixe, misturado às ervas. Uma experiência que só tem lá. Algumas bancas expandiram e abriram seus negócios em outros bairros, mas o Mercado é exclusivo.
Mesmo encontrando tudo perto de onde moro, agora na Zona Sul, vez ou outra, continuo pegando o ônibus para circular neste ponto que faz o nosso povo se reconhecer e se orgulhar de sua cultura. Talvez por esse motivo, sempre que tem alguma visita de fora lá em casa, o Mercado é o primeiro lugar que penso em dar uma de guia turístico - e gastronômico, obviamente.
Atraído pela picanha
Luka Pumes
Minha avó paterna foi separada da família antes de seu primeiro ano de idade. Acabou sendo criada por pessoas maravilhosas, mas que não a adotaram "de papel passado", como costuma dizer. Graças a isso, o sobrenome foi conservado e pudemos encontrar nossos parentes biológicos pelas redes sociais, que há algumas décadas trocaram o Rio Grande do Sul por São Paulo. Até que um dia acabamos nos conectando no Facebook e, após algumas conversas, chegou a seguinte mensagem: "primo, estou indo!". Que rolê fazer em Porto Alegre com uma pessoa que mal conhecia? A sugestão foi dele: o Mercado Público.
Quando meu pai falou que o Edson, 58 anos, estava chegando, eu nunca havia conversado com ele. Foi uma grata surpresa. Nos primeiros 20 minutos de diálogo, ele se encarregou de falar pelos 17 anos que à época eu tinha, e não havia estado presente. Eu absorvi. Pensem em uma figura inteligente, cheia de vida e dona de uma personalidade forte, militante. Trocamos muita informação, aprendemos muito - e sofremos na mesma intensidade por um S.C Internacional que vivia o momento de maior turbulência da sua história. Em um dos nossos passeios, fomos ao Mamma Julia, no Mercado. Um amigo do Edson havia recomendado a picanha do local há muitos anos. Ele nunca esqueceu. Saímos pelo Centro, mostrei alguns pontos e depois partimos para o almoço. Que dia bonito! Passou mais rápido do que deveria. Toda vez que passo pelo Largo Glênio Peres e vejo o Mercado, recordo da contente simplicidade daquela jornada. Nunca mais nos vimos. Nunca mais comi a picanha do Mamma Julia também. E, graças ao lugar que é cartão postal da cidade, nunca mais pude esquecer que singelos olhares podem trazer cargas intensas de nostalgia e saudade.
Peixe para a Serra
Giana Milani
Conheci o Mercado Público pouco antes de me mudar para Porto Alegre, em 2007. Eu o frequentava para comer sushi, no Japesca, e seguia o passeio para tomar uma salada de frutas na Banca 40. Minha família, de Bento Gonçalves, aproveitava que eu morava perto do Centro e me incumbia de comprar temperos, chocolates e outros itens que tinham preços mais acessíveis no Mercado. Meu pai, por exemplo, insistia para que eu buscasse peixe para ele, e eu ficava apavorada, pensando como seria carregar o pescado em um ônibus até a Serra. Recordo-me muito daquele dia em 2013, quando houve o incêndio no Mercado. Acompanhei aflita. Foi lastimável ver as chamas consumindo o prédio. Sempre adorei arquitetura antiga, motivo pelo qual sou encantada pelo conjunto do edifício. Outro ponto que me fascina é a miscigenação de frequentadores.
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Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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