Giana Milani

O empreendedor introduz o aluno para o mundo on-line. As aulas custam R$ 80,00

'Neto virtual' ensina informática para idosos

Giana Milani

O empreendedor introduz o aluno para o mundo on-line. As aulas custam R$ 80,00

Em um período de férias, em Uruguaiana, sua cidade natal, o educador Guilherme Gutierres Saldanha, 30, ajudou um amigo da família, com 73 anos de idade, a manusear o computador e o Facebook. Ubirajara, hoje falecido, ganhou ânimo quando passou a interagir com os amigos através da rede social. "Vi nisso uma oportunidade de trabalho. Eu era o cara que sentava do lado dele e o auxiliava a navegar", recorda. A ideia, que surgiu na ocasião, em 2012, saiu do papel em 2015, quando Guilherme criou o projeto Neto Virtual (https://www.facebook.com/virtualneto/).
Em um período de férias, em Uruguaiana, sua cidade natal, o educador Guilherme Gutierres Saldanha, 30, ajudou um amigo da família, com 73 anos de idade, a manusear o computador e o Facebook. Ubirajara, hoje falecido, ganhou ânimo quando passou a interagir com os amigos através da rede social. "Vi nisso uma oportunidade de trabalho. Eu era o cara que sentava do lado dele e o auxiliava a navegar", recorda. A ideia, que surgiu na ocasião, em 2012, saiu do papel em 2015, quando Guilherme criou o projeto Neto Virtual (https://www.facebook.com/virtualneto/).
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O empreendedor assume a figura de um neto que introduz o aluno idoso para o mundo virtual. As aulas custam R$ 80,00 (uma hora e meia de duração) e são realizadas na casa dos clientes. Guilherme ensina a usar tablet, celular, computador e televisão, mas alerta que não é um técnico. "Tenho paciência, tranquilidade e calma. Não faço por eles, deixo que eles façam", explica.
O jovem adiciona os aprendizes em uma rede, na qual envia conteúdos, para estimular a comunicação. "A partir do momento que a pessoa me contrata, já entra na minha rede e sou o neto virtual dela. Mando cartãozinho, vídeos, converso, pergunto como está. É um carinho. Às vezes, sou até um psicólogo, quando precisa conversar, me manda um áudio, uma mensagem", brinca.
Em cinco anos, Guilherme atendeu cerca de 60 "avôs". Alguns permanecem com ele desde o início. O mais velho, conta, foi um senhor de 94 anos que queria passar manuscritos para o computador e aprender a navegar no Google. "Ele tinha receio e gostava de datilografar em máquina de escrever, teve dificuldade em se adaptar ao teclado", conta. "Foi difícil, mas sempre acho um jeito de tornar a internet e o computador útil para o aluno", acrescenta. Outra senhora, de 90 anos, aprendeu em poucas aulas a utilizar um tablet, presente da neta. O "neto virtual" mora há 12 anos em Porto Alegre e no fim desse ano irá concluir a licenciatura em História. Para ele, uma das diferenças entre educar um jovem e um idoso é que a velocidade do segundo é mais lenta. Mas sempre é tempo de aprender.
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Giana Milani

Giana Milani - repórter do GeraçãoE

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Giana Milani - repórter do GeraçãoE

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