Isadora Jacoby

Crepe: a mania que se repete

Isadora Jacoby

Não tem como pensar em comida de praia sem lembrar de crepe. O lanche é uma tradição do litoral gaúcho e uma das opções mais procuradas pelos veranistas. Em Tramandaí, na principal avenida da capital das praias, a Emancipação, são inúmeros quiosques separados por menos de 10 metros de distância. No entanto, Zilda de Fátima Santos, vendedora do lanche há seis anos no local, garante que a grande quantidade de oferta não diminui o movimento: tem clientela para todos.
Não tem como pensar em comida de praia sem lembrar de crepe. O lanche é uma tradição do litoral gaúcho e uma das opções mais procuradas pelos veranistas. Em Tramandaí, na principal avenida da capital das praias, a Emancipação, são inúmeros quiosques separados por menos de 10 metros de distância. No entanto, Zilda de Fátima Santos, vendedora do lanche há seis anos no local, garante que a grande quantidade de oferta não diminui o movimento: tem clientela para todos.
A decisão por empreender veio após a descoberta de um câncer de mama. Zilda trabalhava em uma loja quando recebeu o diagnóstico da doença. Após cinco anos de tratamento, recebeu alta para voltar ao mercado de trabalho. Mas não tinha vontade de retornar ao antigo emprego. Queria ter o próprio negócio.
Embora não soubesse fazer crepe, procurou receitas na internet e decidiu apostar na ideia. "No primeiro dia de trabalho, coloquei a massa e ela escorreu por toda a máquina porque estava muito fina. Foi um desastre", conta. A ajuda veio do quiosque vizinho, onde a moça, que hoje é sua nora, deu dicas de como acertar o ponto.
Mesmo o verão sendo o período de maior movimento, Zilda também abre durante o inverno, quando o faturamento rende apenas para manter o local. Na alta temporada, a demanda é grande: ela chega a vender 300 crepes por dia.
Um dos sabores mais procurados é o de pizza e o diferencial, segundo a empreendedora, está nos ingredientes naturais. "Uso queijo, presunto, tomate e cebola. A maioria das pessoas usa molho pronto. O diferencial de cada um é o tempero", interpreta.
Para ganhar destaque em meio a tantas opções é preciso chamar a atenção do cliente. Com isso em mente, Zilda estendeu para o verão a promoção iniciada no Dia das Crianças, em outubro. Quem comprar um crepe triplo ganha também um refrigerante. "Não adianta: o cliente escolhe pela promoção. Ficam me dizendo que estou dando o refrigerante de graça, mas eu vou ganhar isso na quantidade das vendas de crepe", aposta. Outro diferencial é o relacionamento com os clientes. Os reencontros a cada verão criam vínculos de amizade.
CLAITON DORNELLES /JC
E isso só acontece, enfatiza Zilda, com bom humor. "A maioria dos quiosques colocam funcionários para trabalhar que, às vezes, estão de bem com a vida, em outras, não. E eu estou sempre disposta. As pessoas dizem que nunca me veem triste. Tenho problemas, passei muitos anos em tratamento contra o câncer, passei várias cirurgias, quimioterapia e radioterapia. Mas, aqui, estou sempre feliz para atender os clientes", orgulha-se.
Zilda tomou gosto pelo empreendedorismo e diz que não pretende voltar a trabalhar em lojas. "Só se eu abrir a minha, quem sabe", imagina. Enquanto ela se prepara para mais um verão de muito trabalho, tem apenas um arrependimento em relação ao seu negócio: não ter começado mais cedo a fazer o que ama.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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