Lívia Rossa

Sacolas foram confeccionadas com materiais reutilizados, como roupas de garis

Estudantes de design e artesãos criam bolsa de tecidos descartados e geram renda

Lívia Rossa

Sacolas foram confeccionadas com materiais reutilizados, como roupas de garis

Uma parceria entre estudantes de Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e o grupo de economia solidária Arte e Vida rendeu a produção de 15 ecobags, bolsas ecológicas feitas de materiais descartados que integraram o presskit do evento de 70 anos da universidade. A iniciativa - além de servir de experiência para os alunos - gerou renda para os membros da associação e visibilidade para a produção de outros projetos.
Uma parceria entre estudantes de Design da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e o grupo de economia solidária Arte e Vida rendeu a produção de 15 ecobags, bolsas ecológicas feitas de materiais descartados que integraram o presskit do evento de 70 anos da universidade. A iniciativa - além de servir de experiência para os alunos - gerou renda para os membros da associação e visibilidade para a produção de outros projetos.
O design da bolsa, que também pode ser usada como mochila, foi desenvolvido pelos alunos Jaqueline Buchabqui, Thiago de Lima Medeiros e Pedro Lenin, com o auxílio do professor Vinicius Mano. "O projeto já está no terceiro semestre, e a proposta era trabalhar com design sustentável. É um desafio, eles precisam criar um kit de pequenos produtos e reutilizar 80% do material", diz Mano. A cada semestre, cerca de seis a oito projetos são desenvolvidos por duplas ou trios. No entanto, nem todos chegam a ser materializados.
Para executar o projeto, os estudantes visitaram a sede do grupo Arte e Vida, localizada no bairro Sarandi, em Porto Alegre, para verificar os materiais disponíveis. As bolsas foram confeccionadas com uniformes descartados de garis do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), além de jeans inutilizados. "Eles levaram os desenhos, nós mostramos os nossos materiais e desenvolvemos o produto junto dos alunos como calças jeans, materiais de persianas e roupas dos garis", afirma o artesão Idemar Domingues.
Dois funcionários ficaram responsáveis pela produção, que envolve costura e customização. A mediação entre a faculdade e o grupo Arte e Vida foi realizada pela Associação de Voluntariado e da Solidariedade (Avesol) - que recebe materiais que não são mais usados, como roupas hospitalares e de garis, distribuindo para cooperativas.
Batizado de Not Another Bag, o produto é só uma parte do projeto desenvolvido pelos membros do Arte e Vida, que trabalham o ano todo, sem presença fixa e de acordo com demandas solicitadas. Durante o ano, as vendas são realizadas principalmente em feiras localizadas no Largo Glênio Peres, dentro do Mercado Público, no Terminal Triângulo e em feiras dos colégios Maristas. No caso das bolsas, o valor é dividido entre todos os que participaram da confecção.
LUIZA PRADO/JC
As sacolas produzidas para a Pucrs não serão reproduzidas pela Arte e Vida, por tratar-se de um produto específico produzido para o projeto. Para os alunos, a bolsa teve um custo menor do que o normal. "Se fôssemos comercializar, venderíamos de R$ 75,00 a R$ 80,00", diz Domingues, que destaca que o  custo do produto depende da quantidade de materiais e detalhes, como os botões das bolsas.
Para os alunos, o projeto tomou uma dimensão inesperada. "Foi uma surpresa porque o nosso trabalho era um dos mais simples, usando os materiais que tinham. Outros trabalhos da turma foram mais elaborados e não esperávamos nada", disse Thiago. Sobre a execução, Jaqueline disse que o trabalho foi conjunto, unindo as habilidades do trio. “Eu e o Thiago fazíamos algumas atividades manuais, e o Pedro ficou com a parte gráfica”, contou a estudante.
A iniciativa é uma experiência rica para os alunos por tirá-los da própria realidade, de acordo com o coordenador do curso de Design Marcelo Martel, que acredita em uma didática associada a um tema prático. “Aqui eles precisam produzir algo que saia do projeto. Para nós é importante para unificar a visão dos alunos com a visão comunitária”, diz.
A ideia para o próximo ano é focar projetos voltados para o mercado. O grupo pretende dar continuidade à iniciativa nestas férias, no verão de 2019, já que durante o ano as demandas da faculdade facilitam a dedicação total às bolsas.
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