Mauro Belo Schneider

Experimentamos a iniciativa do Cozinhe.me durante o Festival da Transformação

Jantares Secretos estimulam os sentidos em Porto Alegre

Mauro Belo Schneider

Experimentamos a iniciativa do Cozinhe.me durante o Festival da Transformação

Com inspiração trazida de Nova Iorque, Porto Alegre entrou na rota dos jantares secretos. Um número reduzido de pessoas que topa participar da experiência fica sabendo pouco antes onde será servida a refeição e, quando chega a hora, vive algo além de um evento gastronômico. No último sábado, como parte da grade de programação do Festival da Transformação (FT18), uma edição foi promovida no Studio Crocco, local da Zona Sul da cidade que por si só torna qualquer noite inesquecível.
Com inspiração trazida de Nova Iorque, Porto Alegre entrou na rota dos jantares secretos. Um número reduzido de pessoas que topa participar da experiência fica sabendo pouco antes onde será servida a refeição e, quando chega a hora, vive algo além de um evento gastronômico. No último sábado, como parte da grade de programação do Festival da Transformação (FT18), uma edição foi promovida no Studio Crocco, local da Zona Sul da cidade que por si só torna qualquer noite inesquecível.
Os jantares secretos são uma iniciativa de Paulo Renato Ardenghi Rizzardi, do projeto Cozinhe.me. Agora, que já foram realizados 10 encontros, a atividade deve ganhar ainda mais profundidade, e passa a apostar no conceito de "secret sense". "Queremos atingir os cinco sentidos do ser humano", explica ele.
Dois pratos do menu são pensados para que o público coma com os olhos vendados. O gosto e a identificação dos ingredientes ficam muito mais apurados. E não é só isso: a trilha sonora é desenvolvida por um engenheiro, que inclui na lista uma frequência sonora que limpa os tímpanos e outra que realça sabores. A ideia é estar com a atenção total naquele momento e naqueles alimentos.
Um dos convidados do último jantar foi o escocês Barry Smith, que também palestrou no FT18 por ser o fundador do Centro para o Estudo dos Sentidos, da Universidade de Londres. "Cozinhar é uma forma de comunicação", disse ele, ainda encantado com o que viveu na Capital.
"A comida nos muda por dentro. Você come com os olhos, depois pelo aroma, com seus dedos, sente se é duro ou macio. O cérebro tem que combinar tudo e produzir a experiência", analisa.
E bota processo complexo nisso. O ceviche de entrada do jantar preparado por Vico Crocco foi servido em um coco aberto ao meio (foto abaixo), que virou cumbuca, encaixada numa base de sal grosso. A proposta do sal, aliás, era só decorar, transformar - seguindo a temática do evento. Quanta decodificação para a mente.
Felipe Nogs/Agência Preview/Divulgação/JC
Provocar reações nas pessoas através da gastronomia é algo que o cozinheiro curte fazer. Ele morou por 12 anos na Alemanha e tem experiência de sobra para tocar um estabelecimento próprio. Mas a maturidade lhe mostra que não é isso que quer da vida. "Sou apaixonado por viajar e cozinhar, por isso nunca tive um restaurante", revela, antes de dar o start ao jantar.
A proposta do evento é justamente fazer com que cada um saiba um pouco mais do outro. Dos motivos que levam Vico a apostar numa cozinha independente, do papel da neurociência na vida de Barry e dos projetos de Paulo na criação da persona Olívia, uma chef com inteligência artificial que deve ser lançada em breve. Os jantares do Cozinhe.me são tão envolventes que, quando a gente vê, a sobremesa acabou e você se pergunta quando e onde será o próximo. Segredo.
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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