Roberta Fofonka

Yvonne Cagle esteve no Brasil recentemente para palestrar

Negra norte-americana realiza o sonho de ser astronauta e vira inspiração para empreendedoras

Roberta Fofonka

Yvonne Cagle esteve no Brasil recentemente para palestrar

"Mas quem nunca sonhou um dia em ser astronauta?", responde Yvonne Cagle, numa sessão privada para parceiros da Resultados Digitais durante o RD Summit, ao ser questionada sobre como chegou até a Nasa, onde trabalha desde 1996. No dia anterior, sua palestra havia sido o ponto alto do evento.
"Mas quem nunca sonhou um dia em ser astronauta?", responde Yvonne Cagle, numa sessão privada para parceiros da Resultados Digitais durante o RD Summit, ao ser questionada sobre como chegou até a Nasa, onde trabalha desde 1996. No dia anterior, sua palestra havia sido o ponto alto do evento.
A grande diferença é que ela levou o sonho adiante, estudou muito e acreditou no impossível. Após 15 anos de atuação como cirurgiã de voo da Força Aérea estadunidense, Yvonne permanecia com o sonho de voar ainda mais alto.
Hoje, ela é pesquisadora clínica aeroespacial da Nasa e se prepara para a próxima expedição a Marte, que chegará ao planeta vermelho fazendo o trajeto até a lua.
"Vamos para Marte! Vamos para a lua de novo!", exclamou duplamente, para a audiência em Santa Catarina. A afirmativa mais parece roteiro de filme, mas Yvonne está falando muito sério, tanto sobre planetas quanto sobre alcançar os próprios sonhos.
"Por que não mandar apenas robôs para o espaço? Porque apenas seres humanos sabem aprender a aprender, apenas seres humanos têm inspiração; apenas seres humanos têm o poder de se importar."
Alguns participantes tiveram a oportunidade de ouvi-la em dois momentos, durante a palestra e na sessão exclusiva.
Para o grande público, Yvonne conta que alcançar objetivos deste tamanho causou nela a revisão da perspectiva do impossível. Ela diz preferir o I'm Possible (do inglês, "eu sou possível") ao impossible ("impossível"). Enquanto mostrava sua mais nova invenção - uma roupa para ser usada no espaço, que influencia a resiliência do corpo na recuperação de lesões -, sua narrativa viajava pela infância.
Fatos como a chegada do homem à lua, em 1969 (quando tinha 10 anos), e subir no topo de árvores para observar o céu durante brincadeiras de esconde-esconde mostraram a ela o caminho que queria seguir na vida. Quem ousaria sonhar que aquela garotinha iria alcançar o espaço e tantos outros feitos?
Após repetir essa questão insistentemente e de diversas maneiras, como quem sabe conduzir a plateia, Yvonne responde à própria pergunta levantando uma das mãos: ela mesma.
Na sessão privada, por sua vez, foi o momento de falar de temas tão ricos quanto fugidios ao storytelling oficial, como o convívio com a "síndrome de impostor" e o que representa ser uma mulher negra referência no mundo da ciência e da tecnologia.
Ela explicou sobre a importância de seu irmão mais novo insistir em dizê-la que era boa o suficiente no passado, e entender seu papel inspiracional na vida de outras pessoas como aquilo que aniquila a conversa diária que ela tem com o impostor interno. Conhecer o peso do seu exemplo para impulsionar os outros dá forças para continuar.
"Agora eu sonho para que outros garotinhos e garotinhas ousem sonhar", diz.
A mensagem final de Yvonne para a audiência do RD Summit foi que as possibilidades são infinitas, e que é nisso que devemos acreditar. "Quando pensar que seus problemas são complicados, pense como será difícil chegar à Marte, e de repente eles não serão tão difíceis assim."
E isso pode acontecer mais cedo do que se imagina. Segundo Yvonne, a previsão é de que o ser humano volte ao solo lunar em 2024 e ao planeta vizinho, em menos de 20 anos.
NASA/DIVULGAÇÃO/JC
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