Roberta Fofonka

Em tempos de mídias digitais, loja se mantém com o afeto do público pelos discos, cds e até fitas

Toca do Disco completa 29 anos em Porto Alegre e comemora a valorização do vinil

Roberta Fofonka

Em tempos de mídias digitais, loja se mantém com o afeto do público pelos discos, cds e até fitas

Foi no dia 17 de agosto de 1989 que Rogério Cazzetta, então com 24 anos, abria a Toca do Disco, na rua Garibaldi, nº 1043, no bairro Bomfim, em Porto Alegre. Ao lado da loja havia a Toca do Vídeo, empreendimento de locação de filmes em VHS da irmã de Rogério. Desde então, o mundo mudou bastante para as duas mídias. A loja da irmã durou até 1992, e a de Rogério, se por paixão, sorte ou trabalho não se poderia calcular, atravessou o tempo e acaba de completar 29 anos.
Foi no dia 17 de agosto de 1989 que Rogério Cazzetta, então com 24 anos, abria a Toca do Disco, na rua Garibaldi, nº 1043, no bairro Bomfim, em Porto Alegre. Ao lado da loja havia a Toca do Vídeo, empreendimento de locação de filmes em VHS da irmã de Rogério. Desde então, o mundo mudou bastante para as duas mídias. A loja da irmã durou até 1992, e a de Rogério, se por paixão, sorte ou trabalho não se poderia calcular, atravessou o tempo e acaba de completar 29 anos.
“Foi uma coisa construída, teve altos e baixos, mas nunca me questionei em não ter a loja” explana ele, sobre o período de queda nas vendas motivado pelos downloads de músicas e o surgimento do CD “virgem”, gravável, em meados de 2004.
LUIZA PRADO/JC
Foto: Luiza Prado/JC
Formado em Educação Física, no primeiro semestre do negócio Rogério era um rapaz de 24 anos que dava aulas desportivas pela manhã e abria a loja à tarde. O empreendimento surgiu por motivação da mãe, Sindá Gelbke Cazzeta, e dela também vieram os primeiros LP’s de presente. Junto a ela, na antiga loja Pop Som, da Galeria Chaves, centro de Porto Alegre, foram comprados The dark side of the moon, do Pink Floyd, e Quadrophenia, do The Who. Ainda hoje figura no alto da parede, à esquerda de quem entra, a primeira placa da Toca, restaurada.
Colecionador de discos desde os 13 anos, “eu tinha uma vitrolinha e ganhei a trilha sonora internacional da novela Estúpido Cupido, com Chubby Checker, Little Richard, Gene Vincent. Aí que tudo começou”. Depois, vieram os vinis emprestados dos primos, com Rory Gallagher, Johnny Winters, Janis Joplin. Parte da sua coleção também foi, de certa forma, o ponto de partida do acervo à venda, que mistura raros e contemporâneos, nacionais e internacionais (Rogério deixa bem claro que os discos e CD's estão todos em ordem alfabética e que ele mesmo se responsabiliza pela organização dos mesmos), e seções especiais para bandas gaúchas e o blues - uma paixão do empreendedor.
LUIZA PRADO/JC
Em pleno 2018, mesmo com os serviços de streaming e acesso a todo tipo de músicas de forma digital, Rogério viu o preço do vinil entrar em alta novamente. “Tem pessoas que querem recuperar suas coleções e muita gente jovem que está descobrindo o disco de vinil através de pais, tios, ou que ganhou aparelhos de som dos avós”, relata. Este movimento de transição ele conhece de perto, o suficiente para afirmar que o disco ainda terá vida longa. “No início dos anos 2000 as pessoas se desfaziam dos seus vinis para substituir por CD. Hoje ao contrário, as pessoas vêm trocar pilhas de CDs por vinil.” Rogério atenta para o fato de que artistas têm lançado seus álbuns também em fitas k7 atualmente.
Ao longo das quase três décadas subindo e baixando a grade da sala comercial, Rogério se orgulha das pessoas que a música uniu para perto de si. “Tenho vários clientes que acabaram virando amigos e isso é uma das coisas que mais me traz felicidade, pois são estas pessoas que ajudaram a fazer a loja”, considera.
Fotos: Luiza Prado/JC
LUIZA PRADO/JC
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