Mauro Belo Schneider

Parador Hampel é "negócio-terapia" para chef, que divide rotina entre São Paulo e Rio Grande do Sul

Um local para viver o frio e a natureza em São Chico

Mauro Belo Schneider

Parador Hampel é "negócio-terapia" para chef, que divide rotina entre São Paulo e Rio Grande do Sul

Relaxe, desarme-se. Tire a meia, o sapato, mergulhe o pé na cachoeira. Comece a viver aquilo que, no dia a dia, você vai perdendo, que é a conexão com a natureza e com as coisas simples.
Relaxe, desarme-se. Tire a meia, o sapato, mergulhe o pé na cachoeira. Comece a viver aquilo que, no dia a dia, você vai perdendo, que é a conexão com a natureza e com as coisas simples.
Quem faz o convite é o chef Marcos Livi, empreendedor que administra o Parador Hampel, em São Francisco de Paula. Ele também é filho de um ícone da cidade, a Dona Laura, proprietária do Xis da Dona Laura, local considerado uma parada obrigatória pelos moradores da região.
fotos Roberta Fofonka/Especial/JC
Marcos, que traz o DNA gastronômico de família, quis criar um empreendimento de experiências em São Chico. O Parador Hampel, portanto, não é só uma pousada ou um restaurante. É um espaço, como ele descreve, para reencontrar vínculos. E tudo isso ao redor do fogo, do alimento, e na companhia do vinho ou do chimarrão.
Todo domingo, o espaço promove o evento Ferro e Fogo, com opções de carnes ou legumes assados na brasa - para agradar também aos vegetarianos. Os turistas pagam R$ 80,00 pela refeição e ainda podem desfrutar das trilhas da propriedade, que levam a cachoeiras com nomes de orixás. O restaurante tradicional funciona diariamente.
"As pessoas vêm até o Hampel, às vezes, cansadas, estressadas, e saem felizes. Há essa troca de energia. Parece que isso aqui vai, naturalmente, limpando e mantendo a vida", descreve Livi. A proposta da hospedagem é ser simples, mas valorizar pequenos detalhes, que podem estar no edredom, no travesseiro, na toalha.
E a relação com o frio do inverno, lá em São Chico, carrega um quê de afeto. "Parece que o frio tem de acontecer atrás de uma janela. Não. O frio acontece para vivermos ele. As pessoas fazem isso nas estações de esqui", exemplifica, sobre casos comuns no exterior.
Para criar essa animosidade com o gelado, o negócio de Marcos usa do charme das cadeiras forradas por pelegos, distribuição de mantas e acendimento de fogueiras noite adentro. "Têm casais que ficam até as 5h da manhã na frente da fogueira. Um casal perante o fogo não precisa dizer nada e, ao mesmo tempo, diz tudo durante horas. A gente está tentando mostrar para as pessoas que o simples tem muito valor", derrete-se. Marcos conta que o Hampel é uma terapia inclusive para ele, que vive na ponte aérea entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, onde divide sua rotina de trabalho.
De sua culinária o visitante pode esperar surpresas. "As pessoas falam em comida típica. Parece que quem vem ao Rio Grande do Sul só come arroz de carreteiro. O termo típico tem que ser substituído pela cozinha local, de raiz, isso vai mudando a relação com o alimento", avalia. A partir desse conceito, a propriedade virou fonte do que vai à mesa, com plantações e 100 mudas de frutíferas nativas. O objetivo é chegar a 1 mil.
Se sua intenção é começar o passeio a São Chico pelo Hampel, anote aí o roteiro: chegue às 10h, ande pela propriedade, curta a natureza, seja recebido por um caldinho feito com o que tiver de melhor naquele momento na horta, prove um choripan, migre para os assados, para o fogão de comida campeira, para a sobremesa e, a partir daí, pense no que mais pode complementar seu dia - mas só depois que o fogo acabar.
Mauro Belo Schneider/Especial/JC
Mauro Belo Schneider

Mauro Belo Schneider - editor do GeraçãoE

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