Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, segunda-feira, 14 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Opini�o

COMENTAR | CORRIGIR

editorial

Not�cia da edi��o impressa de 15/05/2018. Alterada em 14/05 �s 21h11min

O drama dos venezuelanos que fogem para o Brasil

Há meses que a mídia brasileira publica relatos dos problemas que estão enfrentando os que desistem da Venezuela em razão das dificuldades socioeconômicas e buscam uma nova vida no Brasil. O estado de Roraima e, especialmente, a capital Boa Vista que têm enfrentado as dificuldades pelo número crescente daqueles que chegam pedindo suporte. Abrigo e alimentação estão em primeiro lugar para os governos municipal e estadual, que apelaram à União para reforço na logística.
Com apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e seguindo um planejamento com vistas a redistribuir os que chegam em Roraima, 233 venezuelanos foram levados a outros estados, incluindo São Paulo. No entanto a demanda crescente por assistência continua em Roraima. Cerca de 4 a 6 mil venezuelanos estão em Boa Vista, e o estado se prepara para receber mais pessoas que fogem da crise econômica instalada no país vizinho. Em Boa Vista são sete abrigos já funcionando; em Pacaraima, um. Mais três devem ficar prontos na capital e outro, na cidade de fronteira. Tanto é assim que também o Exército se integrou na operação de acolhimento dos migrantes, chamada de Força-Tarefa Humanitária. Os que desertam da sua pátria e chegam ao Brasil afirmam que não saíram da Venezuela porque queriam, mas sim porque não há comida. Por isso mesmo e temendo uma situação que fique fora de controle, há o apoio institucional da Agência das Nações Unidas para Refugiados trabalhando junto aos abrigos, muitos improvisados, em Boa Vista.
Mas, se conseguir uma vaga de emprego está muito difícil com a atual situação brasileira, imagine-se o que não passam estrangeiros, ainda que alguns tenham curso superior e outros, boa qualificação profissional. Por isso, está sendo feito o que o nosso governo chama de interiorização. Trata-se de processo promovendo a mudança de venezuelanos para outros estados do País.
Cerca de 600 deles já foram distribuídos entre São Paulo, Manaus e Cuiabá. O governo federal pretende interiorizar 15 mil venezuelanos. Estão sendo disponibilizados R$ 190 milhões para atender à operação num período de 12 meses. Essa verba é utilizada, principalmente, em contratação de estruturas para abrigos, transporte de equipamentos e na alimentação dos migrantes, além das viagens de interiorização nos aviões da Força Aérea Brasileira.
Toda essa situação de crise na Venezuela, e com reflexos no Brasil, deve fazer com que muitos reflitam sobre os nossos próprios problemas e a maneira de resolvê-los. Também aqui temos uma crise forte e que, aqui e ali, tem mostrado números que indicam uma retomada. Mas esta é muito lenta, e o desemprego ainda é uma chaga social, que afeta em torno de 12,7 milhões de patrícios.
Para alguns brasileiros, a saída tem sido se transferir para outros países, onde despontam, na atualidade, os Estados Unidos da América (EUA) e Portugal. Na Europa, caso de Portugal, há a facilidade da língua comum. No entanto este país está se recuperando de uma crise forte que o prejudicou demais há alguns anos.
O fato é que, seja por motivos políticos ou dada a crise ainda que seja um grande país exportador de petróleo, vendido principalmente para os EUA, a Venezuela não consegue mais se mostrar como uma nação em linha com sua histórica grandeza, como era até o início do século XXI.
Não bastassem os nossos problemas, temos que olhar para os vizinhos, que abandonam até mesmo, às vezes, suas famílias e buscam, desesperadamente, recomeçar no Brasil, em que enxergam, malgrado as nossas dificuldades, como uma saída para as suas mazelas.
 
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia