O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 11 brasileiros pela formação de uma organização criminosa e por promover o Estado Islâmico (EI) no País. Para o MPF, houve tentativa de recrutar jihadistas para se juntar ao grupo terrorista na Síria, discussões sobre atentados no Brasil e planos de formar uma célula nacional do EI, mostra a edição desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo.
Cinco dos envolvidos também respondem pelo crime de corrupção de menores, que teriam sido recrutados pelo grupo. A denúncia tem como base conversas que eles mantinham em aplicativos de mensagem e redes sociais, interceptadas pela Polícia Federal.
A denúncia, à qual o jornal teve acesso, é resultado da Operação Átila, da Polícia Federal, que correu em sigilo até março. Ao menos sete pessoas foram detidas desde outubro, e outras deram depoimento após condução coercitiva. Dois envolvidos permanecem presos preventivamente.
Segundo a denúncia do MPF, um dos grupos identificados foi criado para promover atividades terroristas do EI e era "destinado a discutir a criação de uma célula terrorista no País". O título dessa comunidade virtual, que tinha 43 integrantes, era Estado do Califado no Brasil.
Em depoimentos à polícia, alguns disseram que se comunicavam com simpatizantes e membros de organizações terroristas em países como Síria, Turquia, Líbia, Afeganistão e EUA. Outros envolvidos relataram conversas a respeito da organização da célula e treinamento de facções paramilitares.