Vanessa Souza

Iniciativa rendeu a Fabiane Kuhn, de 21 anos, o reconhecimento de melhor jovem empreendedora universitária do País no Global Student Entrepreneur Award

Estudante de Novo Hamburgo cria sistema que reduz desperdício de água na agricultura

Vanessa Souza

Iniciativa rendeu a Fabiane Kuhn, de 21 anos, o reconhecimento de melhor jovem empreendedora universitária do País no Global Student Entrepreneur Award

Tecnologia para um mundo mais sustentável. É esse o propósito do sistema de otimização de irrigação agrícola criado por Fabiane Kuhn, de 21 anos. O projeto nasceu de um trabalho acadêmico e transformou-se em uma promissora e premiada startup, alçando Fabiane à primeira mulher brasileira a representar o País no Global Student Entrepreneur Award (GSEA), principal programa de empreendedorismo universitário do mundo.
Tecnologia para um mundo mais sustentável. É esse o propósito do sistema de otimização de irrigação agrícola criado por Fabiane Kuhn, de 21 anos. O projeto nasceu de um trabalho acadêmico e transformou-se em uma promissora e premiada startup, alçando Fabiane à primeira mulher brasileira a representar o País no Global Student Entrepreneur Award (GSEA), principal programa de empreendedorismo universitário do mundo.
A história começou nos tempos de escola, quando Fabiane decidiu entrar no Curso Técnico em Eletrônica da Fundação Liberato, em Novo Hamburgo. Quando foi desenvolver o seu trabalho de conclusão, em 2014, a então adolescente se deparou com uma das maiores crises hídricas do Brasil. Após algumas pesquisas, viu que 70% da água do mundo é destinada à agricultura, e aproximadamente 50% desse total é desperdiçado pela falta de tecnologia no campo. "Decidimos criar algo para ajudar nessa questão do desperdício de água. Não tem nenhum agricultor na minha família e nem na família do meu colega, o Guilherme (Ramos), que era minha dupla na época do curso e agora é meu sócio. Tudo veio a partir da preocupação com o meio ambiente, porque água é essencial para a vida e precisamos cuidar melhor dos nossos recursos", conta.
O projeto do sistema, que recebeu orientação do professor Marcos César Sauer, visa indicar o momento certo para acionar a irrigação nas lavouras, otimizando o trabalho dos agricultores e reduzindo o desperdício de água. Todas as informações dos sensores são transmitidas para uma central que armazena os dados na nuvem e os repassa para o aplicativo e o site em forma de gráficos e tabelas. Assim, os agricultores podem monitorar a irrigação de qualquer lugar do mundo. Fabiane explica que os sensores utilizam a tecnologia conhecida como TDR, que é a reflectometria no domínio do tempo.
O TDR é um princípio físico de reflexão de ondas. Ele consiste na emissão de um impulso em duas hastes paralelas e na medição do tempo que leva para esse impulso ir e voltar. "Ele é muito preciso porque o que altera esse tempo é a constante de elétrica do meio em que ele está envolvido. Esse princípio físico de reflexão de ondas utilizado nos sensores é a principal chave de inovação do nosso sistema, e isso lhe confere muita precisão", acrescenta.
Após receber prêmios como pesquisa acadêmica, Fabiane sentiu a necessidade de colocar o sistema em prática e "realmente impactar a vida das pessoas". Foi quando resolveram transformar o projeto em produto e participar do Prêmio Roser, uma competição de empreendedorismo da Unisinos. Ganharam o terceiro lugar e um período de incubação na Unidade de Inovação e Tecnologia (Unitec) da universidade. Assim nasceu a Raks Tecnologia Agrícola.
Além de Fabiane, que estuda Ciências da Computação na Unisinos, fazem parte da empresa Marcos, o professor que orientou o projeto, e dois ex-colegas dela no curso técnico: Guilherme de Oliveira Ramos, estudante de Engenharia Eletrônica, e Vinícius Müller Silveira, estudante de Engenharia da Computação, ambos de 20 anos. O próximo passo, segundo ela, é iniciar a venda do sistema. "Estamos finalizando a etapa de testes com agricultores, então planejamos começar as vendas nos próximos meses", diz.
Depois disso, a ideia é formar parcerias com empresas que produzam grãos e que vendam sistemas de irrigação, para chegar mais facilmente até o grande agricultor. "Também pretendemos desenvolver cada vez mais a nossa tecnologia", enfatiza.
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