Com mesas distribuídas ao redor de um espaço que remete aos rituais de bruxas e uma masmorra medieval, o Joy Storm Pub é um estabelecimento que promete proporcionar aos clientes uma imersão na cultura da Idade Média. Os proprietários Adriano Appel, 49 anos, médico, e a esposa Ana Beatriz Appel, 53, empresária há mais de 20 anos, contam que a ideia surgiu das festas temáticas feitas em casa, que eram verdadeiras experiências para os amigos. "A gente trabalhava muito na questão da imersão na ambientação nas nossas festas", lembra Adriano, que atribui à Ana Beatriz o capricho na decoração.

A partir da crescente lista de convidados, as reuniões que antes eram apenas para próximos começaram a ganhar aspecto comercial. Foi aí que a chave virou. "Se é para ser algo comercial, que ao menos dê lucro", rememora ele. Assim, Ana decidiu ampliar isso ao público em geral. Porém, mesmo como um ponto comercial na avenida Otto Niemeyer, no nº 1089, na zona sul de Porto Alegre, a máxima segue a mesma. "É um grupo de amigos que agrega novos amigos", esclarece Ana.

E do acúmulo de material das festas em casa, veio a procura por espaço para guardá-lo. Oito meses de obra depois, e cerca de R$ 300 mil de investimento, o que era um galpão se transformou em um castelo nórdico de dois andares, que suporta cerca de 200 pessoas, com telão de 186 polegadas e um palco que recebe bandas de rock. As portas abriram no dia 10 de março. 

Os proprietários contam que estão impressionados com o interesse das pessoas, tanto de clientes quanto de bandas interessadas em tocar no espaço, inclusive receberam material de músicos de São Paulo. "Para nossa surpresa, existe uma legião de pessoas que seguem essa temática", completa Adriano.

Ana almeja tornar o bar uma referência para os apreciadores da cultura medieval. Para tal, o Joy vai sediar eventos ligados à temática, como o Desfile das Deusas Nórdicas, realizado para celebrar o Dia Internacional da Mulher. Os frequentadores investem em trajes e adereços característicos, conta Ana.

Além disso, os proprietários pretendem abrir o espaço para grupos de aficcionados por RPG - jogo que possui como máxima a interpretação de personagens por parte dos jogadores. Mas a imersão não fica só no salão: o cardápio também é voltado para a questão medieval, em que todas as opções são petiscos, que dispensam o uso de talheres.

Uma das razões de terem escolhido a Zona Sul, segundo Ana, é "para não se tornar apenas mais um lugar para tomar cerveja e ouvir Rock", enfatiza. "Queremos que o palco seja um canal de cultura, que agregue conhecimento para as pessoas". E estende o convite para historiadores, professores, grupos de dança e "tudo que possa colaborar a nível cultural".