A jornalista Luciane Bemfica acorda cedo todos os dias, se arruma e, ao invés de sair de casa para trabalhar, senta-se na cadeira do home-office, na sala de casa. Sua rotina é assim desde 2016, quando, após 20 anos de carreira no Jornalismo, deixou o emprego para ser sua própria chefe - e a personificação da própria marca. "Comecei olhando para dentro para ver o que gostava e quais eram os meus talentos", conta.
Hoje, é sobre aplicar e abrir mercado para o branding pessoal que ela debruça suas horas e criatividade, assunto que encontrou enquanto buscava uma mudança de vida, em 2015, durante a pós-graduação em Negócios Digitais da UniRitter.
O branding pessoal ajuda pessoas a verem a si mesmas como marcas e atingirem seus objetivos ao se tornarem visíveis e deixarem sua mensagem clara. "O trabalho consiste em usar os talentos que a pessoa já tem e tornar essa característica visível e vendável", explica ela. Não por acaso, a maioria dos clientes de Luciane são profissionais autônomos. Depois, vêm as pessoas em cargos relevantes e CEOs. A consultoria que ela oferece para fortalecer a marca pessoal é baseada em autoconhecimento, estratégia e visibilidade.
"Cada um é sua própria marca. A marca pessoal é a personalidade - física e intelectualmente -, o tom de voz, a maneira que você se relaciona. Buscamos o melhor disso, e aí entra o diferencial competitivo", sustenta ela, que buscou qualificação profissional em São Paulo e em Portugal. "Fui meu próprio case. Tudo o que faço com os clientes, fiz comigo primeiro. O teste fui eu", revela. No fim das contas, o trabalho "reverte em venda e em agenda cheia". Isso porque, explica, no processo de construção da marca pessoal, cada um se enxerga como é e passa a entrar em contato com a maneira que é visto.
"Nesta nova etapa, me vejo muito diferente, mais madura, acho que fiz muita coisa em um ano e meio", considera. Na vida de empreendedora, Luciane conta que nunca tomou tanto café com pessoas que não conhecia, aprendeu a dizer não, a ser mais cara de pau e a negociar. "Tem coisa que ninguém te pega pela mão e te ensina. Negociar é uma delas", diz.
De posse do projeto próprio e de coragem para mudar, hoje, Luciane vê que a vida deu um salto de ferramentas para lutar. Ela ganha mais, mas absolutamente tudo que envolve seu trabalho depende dela. "Além da consultoria, crio conteúdo, faço a parte técnica, a cobrança, as redes sociais, tudo. Se não planejar e não fizer, a coisa não anda", expõe.
Com clientes em Portugal e no Brasil afora - atendidos por Skype -, a consultoria consiste em três meses de atendimento individual por R$ 4 mil. O seu desafio também é mostrar o que é branding pessoal e por que investir nele. "Há um momento na carreira que tens de investir. Estou neste momento", considera. "Aprendi que a gente não pode ter vergonha de se mostrar e de mostrar a verdade. Não a perfeição, mas a verdade."