Maria Vilma Castro Lima, de 46 anos, é um exemplo de como o mercado flexível de trabalho pode ser atrativo. Ela atua como auxiliar de limpeza em uma fornecedora de implantes ortopédicos e equipamentos hospitalares de Porto Alegre, onde fica das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira, antes de voltar para casa, que divide com a filha pequena, de 9 anos, no bairro Sarandi. Mas o salário não cobre todas as despesas mensais, como as passagens para levar e buscar a filha no colégio (cerca de R$ 400,00 todo mês), o condomínio (R$ 200,00), a prestação do apartamento financiado (R$ 600,00) e a conta de luz (R$ 60,00).
O jeito foi apelar para a revenda de produtos a amigos, colegas de trabalho, vizinhos e até mesmo no ônibus. Desde janeiro, ela compra no atacado e vende por conta própria uma pomada para dores nas costas e articulações. Antes, fez o mesmo com roupas femininas, durante três anos. "Sem a renda extra, seria só o básico do básico", conta Maria Vilma. "Tem que correr atrás."