Ulisses Miranda

Designer gaúcha aposta na criação a partir de materiais não-convencionais, como botões e cascas

Joias além do metal

Ulisses Miranda

Designer gaúcha aposta na criação a partir de materiais não-convencionais, como botões e cascas

Nada de ouro ou prata. Com quase duas décadas de experiência desenvolvendo acessórios de moda, Eliana Colognese, 41 anos, lançou a marca que leva seu nome, em 2016, com uma proposta diferente. Ela reutiliza materiais e inova no conceito de joias.
Nada de ouro ou prata. Com quase duas décadas de experiência desenvolvendo acessórios de moda, Eliana Colognese, 41 anos, lançou a marca que leva seu nome, em 2016, com uma proposta diferente. Ela reutiliza materiais e inova no conceito de joias.
Entre os itens utilizados, estão botões, cascas (de algodoeiro, jacarandá e coco), canela, cabo de enxada e prendedor de roupas. Os produtos são comercializados com valores que variam entre R$ 59,00 e R$ 149,00.
Ela define suas criações como acessórios e joias afetivas. As peças desenvolvidas têm como objetivo contar histórias e eternizar momentos. Surpreender, reciclar e misturar técnicas artesanais com processos industriais são alguns dos conceitos empregados, explica Eliana.
O reaproveitamento de materiais está em cada novo colar. Ao invés de estimular uma produção que, muitas vezes, vêm de trabalhos análogos à escravidão, Eliana acredita que se deve valorizar a mão de obra local. "Sustentabilidade não se resume ao material. É um processo sustentável. Se eu precisar de artesãs que vão fazer o crochê, meu processo precisa ser justo", exemplifica.
Para chegar ao estágio atual, Eliana teve de se reencontrar. Ao sair de sua cidade natal, Chapada, para estudar Psicologia na Ulbra, ela deixou para trás a dedicação à arte. Dos sete aos 17 anos, se expressava, inclusive, através do canto. "Aquilo era minha vida. Mas, quando chegou a hora de fazer vestibular, não pude escolher a música. Levou um tempo para digerir", conta. A veia artística, no entanto, nunca parou de pulsar. "Comecei a fazer pulseirinhas de miçanga naquela época (que estudava Psicologia) e aquilo me dava um prazer gigantesco. Só que, quando ia para os trabalhos da faculdade, tinha uma frustração gigante", lembra.
Aos 27 anos, trancou a faculdade e começou a fazer Design de Projetos e de Produtos. Foi o início do resgate de sua essência, que hoje se encontra nos acessórios. A empreendedora sempre quis fazer algo diferente e que pudesse tocar as pessoas. Ela destaca que os estudantes saem dos cursos de design falando apenas de joias relacionadas aos metais. "E eu via muita futilidade nisso. Aquilo não fazia parte da minha história de vida", explica. A maternidade, aos 36 anos, foi determinante. "Um momento de ócio criativo transformador", salienta. 
"A minha percepção é simples. Vai no contraponto da tecnologia, volto para o artesanal", aponta. Trabalho de restauração e criação a partir de joias e acessórios antigos também são realizados pela profissional. Seus produtos estão nas lojas Clássica com Pimenta (avenida Venâncio Aires, nº 18) e na Lizáli Store (rua Luciana de Abreu, nº 354). O contato pode ser feito através de facebook.com/atelierelianacolognese, pelo perfil @elianacolognese no Insta ou WhatsApp (51) 984141880.
 
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