Natural de Santiago, interior do Estado, o artista utiliza Porto Alegre como musa inspiradora

Poeta inova vendendo suas obras declamadas em CDs


Natural de Santiago, interior do Estado, o artista utiliza Porto Alegre como musa inspiradora

Luis Fiorenza, 50 anos, vende poesia na Praça da Alfândega, mas em um formato diferente: em CDs. Com gravações declamadas por ele, as unidades custam R$ 15,00.
Luis Fiorenza, 50 anos, vende poesia na Praça da Alfândega, mas em um formato diferente: em CDs. Com gravações declamadas por ele, as unidades custam R$ 15,00.
No fim da década de 1980 o escritor saiu de Santiago, interior do Rio Grande do Sul, rumo a Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele queria estudar Jornalismo, porém, por questões financeiras, teve de desistir da ideia. A partir disso, a escrita se tornou uma terapia e, com o tempo, um negócio.
Quando percebeu que seu dom tinha potencial, pensou como as técnicas adquiridas na Comunicação poderiam ser aproveitadas.
Começou, portanto, a entrevistar pessoas com a intenção de saber o que o público queria ler e ouvir. Pela facilidade e compartilhamento nas redes sociais, escolheu trabalhar com áudio.
Para isso, Luis investe na produção de suas declamações e músicas em um estúdio. A maioria de suas poesias versa sobre momentos vividos por ele e inclui nas suas inspirações as idas ao Grenal, no Parque da Harmonia, entre outros cenários da Capital.
Hoje, morador da cidade, afirma que não foi ele quem escolheu Porto Alegre, mas ela que o escolheu. "Porto Alegre dos poetas e dos poemas, a cultura está na rua", declama o músico.
Para se sustentar, ele investe no boca a boca, abordando as pessoas na rua ou em eventos. Já aconteceu de, em anos anteriores, se manter bem com a renda. Ultimamente, o retorno não tem sido dos melhores.
"Esse ano diminuiu muito. Busco várias formas de divulgar meu trabalho no mercado e é uma renda razoável", conclui, a partir da experiência. No verão, Luis aposta no Litoral.
Oportunidades já surgiram para a exposição de suas obras em livrarias, mas ele diz ter certo receio. Prefere insistir na abordagem e define isso como seu marketing.
Sua relação com a Feira do Livro está em conhecer novos autores. O que o estimula é o feedback das pessoas que o incentivam a continuar. "Os clientes gostam de comprar quando é o próprio autor oferecendo o trabalho", ressalta.
Assim como outras dificuldades já citadas, o estoque é uma questão delicada também. Há livros parados devido aos obstáculos econômicos. "Eu preciso focar nas vendas e escrever tudo sozinho", diz o autor.
Em uma de suas experiências durante o evento literário, conta que um senhor chamado Manuel, morador de Alegrete, se dirigiu a ele dizendo que iria até o banco sacar dinheiro e voltaria para levar seu CD. Coisa de quem não vai comprar, imaginou Luis.
Sem acreditar na volta do cliente, ele foi surpreendido com o retorno. Seu Manuel levou o produto com o título Raio x de Porto Alegre, cena que ficou marcada na memória do poeta.
Entre tantas outras lembranças da Praça da Alfândega, Luis conta que já promoveu até sessão de autógrafos de seu livro Primeiro de abril, um Grenal diferente e sensacional, na 60ª edição da feira, em 2014.
Para o futuro, o empreendedor e sonhador pretende lançar mais livros e conquistar mais espaço nas redes sociais.

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