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Porto Alegre, quinta-feira, 04 de agosto de 2016. Atualizado às 20h13.

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cinema

Notícia da edição impressa de 05/08/2016. Alterada em 04/08 às 15h43min

Filme de anti-heróis, Esquadrão suicida é mais do mesmo

Enredo confuso frustra o aguardado Esquadrão suicida

Enredo confuso frustra o aguardado Esquadrão suicida


WARNER BROS/DIVULGAÇÃO/JC
Luiza Fritzen
Uma narrativa desconexa e personagens confusos marcam o filme que reúne os anti-heróis da DC Comics, Esquadrão suicida. Com roteiro e direção de David Ayer, de Corações de ferro, apesar de trazer no elenco grandes nomes do cinema, o longa repete mais do mesmo e passa o lado caótico da personalidade de seus personagens para as mais de duas horas de filme.
O time de assassinos, psicopatas e membros da ala da prisão perpétua são escolhidos para montar uma força tarefa que tem como missão capturar uma entidade enigmática. Por não terem mais nada a perder, nem seus escrúpulos, esses indivíduos são ao mesmo tempo úteis e descartáveis para os interesses da segurança nacional. Viola Davis, em firme atuação, dá vida à durona agente Amanda Waller, criadora do esquadrão.
Responsáveis por salvar o mundo, o grupo de humanos e meta-humanos é liderado por Joel Kinnaman, no esteriótipo clássico de soldado americano responsável por manter nos eixos a escória em uniforme de herói. O grande número de personagens no elenco acaba definindo Will Smith como protagonista, como o assassino profissional Pistoleiro. O ator, em uma versão mais centrada de seu outro anti-herói, Hancock, é quem mantém o time unido e motivado, sendo um dos poucos vilões que têm sua história explicada e contextualizada.
É na insanidade e espontaneidade de Arlequina que encontramos a parte cômica da trama. Margot Robbie se destaca e soube incorporar em sua personagem a loucura necessária. Contudo, o filme não foi o bastante para desenvolver seu romance com o Coringa, que merecia mais espaço em um filme próprio para expor sua relação insana e abusiva. Quanto a tão esperada aparição de Jared Leto como Coringa, apesar da boa atuação, se resume a poucos minutos do filme e não faz jus ao potencial do personagem. Com pouco espaço e profundidade, a representação não se comprova tão insana e perigosa quanto a releitura feita por Heath Ledger na trilogia do Cavaleiro das Trevas.
A maldade foge das telas e o que se percebe é a necessidade de criar laços entre personagens que não dão liga e forçam uma amizade para serem compreendidos como um grupo. O filme não aproveita a oportunidade de abordar o lado psicológico dos vilões e o que os define como pessoas ruins, aspecto pouco utilizado pelos filmes do gênero.
Ao invés disso, o enredo ganha um arco redentor, como se os vilões e suas histórias tristes precisassem se firmar como boas pessoas. O conflito de ser rejeitado pela sociedade e precisar ajudá-la não fica tão claro quanto deveria, apesar da tentativa em alguns diálogos iniciados pela lunática Arlequina.
Dentre as atuações dispersas que pouco acrescentam à história, Adewale Akinnuoye-Agbaje, no papel do Crocodilo, Karen Fukuhara, como Katana, Jai Courtney, que interpreta o Bulmerangue e Adam Beach, que faz rápida participação na montagem. Como vilã, Cara Delevigne interpreta a Bruxa, um papel apático e de pouco impacto. O uso excessivo de flashbacks também pode ser apontado como uma das problemáticas do filme, pois serviu muito mais para confundir do que explicar sobre o passado e a função dos suicidas.
Ao que tudo indica, Esquadrão suicida não soube aproveitar as críticas feitas a Batman vs Superman, lançado em março deste ano. Vale salientar que o longa teve problemas desde sua produção, como mudança no elenco às vésperas do início das gravações e refilmagens de cenas para dar um novo tom ao filme. A sequência dos filmes da DC inclui ainda Mulher-Maravilha e A liga da justiça, com estreias previstas para 2017.
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