O professor da Pucrs e gerente da Raiar, Leandro Pompermeier, responde às perguntas que os leitores enviaram pelas nossas redes

Empreendedores tiram dúvidas sobre busca por investidores


O professor da Pucrs e gerente da Raiar, Leandro Pompermeier, responde às perguntas que os leitores enviaram pelas nossas redes

Laís Ribeiro: Com quantas pessoas falar? É melhor tentar sozinho ou contratar uma empresa de M&A (Mergers and Acquisitions - fusões e aquisições) para ajudar? Quanto pagar de comissão? É normal os investidores prometerem uma data para dar a resposta e não cumprirem? Quando contatá-los novamente?
Laís Ribeiro: Com quantas pessoas falar? É melhor tentar sozinho ou contratar uma empresa de M&A (Mergers and Acquisitions - fusões e aquisições) para ajudar? Quanto pagar de comissão? É normal os investidores prometerem uma data para dar a resposta e não cumprirem? Quando contatá-los novamente?
 PAUTA GERAÇÃOE, NO ATELIER USADO PELA MARCA O AMOR É SIMPLES, E-COMMERCE DE VESTIDOS DE NOIVA COM PREÇOS MAIS ACESSÍVEIS. ENTREVISTADA LAÍS RIBEIRO.
RESPOSTA: Laís, quando estamos falando sobre investimento, devemos falar com o maior número de pessoas possível. Em cada conversa, haverá novas informações a serem trabalhadas e, com isso, melhorará o teu posicionamento perante os investidores. Claro que uma empresa de M&A pode te ajudar a se conectar com pessoas/empresas que possam ter interesse no teu negócio. Para estes casos (usar uma empresa de M&A), a minha dica é deixar bem claro, no início, quais são as tuas expectativas. Por exemplo, conseguir R$ 100 mil de investimento, ter um investidor atuante no mercado de São Paulo etc. Empresas de fusões e aquisições trabalham com empresas maiores, e não com empresas nascentes, e o contrato pode ter uma taxa mensal e um percentual (em torno de 5%) da transação (quando ela ocorrer). Sobre os investidores: sim, pode ocorrer de um investidor não cumprir o prazo de resposta, e não vejo erro do empreendedor em contatá-lo de tempo em tempo para buscar uma resposta, seja positiva ou negativa. Usualmente, fazemos este follow-up a cada 15, 20 dias.
Maicon Pelizzaro: Qual o momento correto para buscar investidores? Existe o investidor ideal para cada negócio? Qual percentual mínimo e máximo da empresa os sócios devem abrir para um primeiro investimento?
RESPOSTA: Pelizzaro, vamos por partes. Primeiro, o investimento pode ser buscado a qualquer momento. O empreendedor tem que conhecer seu negócio, seu mercado e entender a necessidade do investimento. Obviamente que, quanto mais cedo, maior o risco associado ao negócio e mais difícil de encontrar um investidor (principalmente no Brasil). Por isso, nas fases iniciais, os principais investidores são familiares e amigos; e, nesses casos, não há uma divisão da empresa. Conheço alguns empreendedores que, nas fases iniciais, buscaram alternativas em bancos (dinheiro mais caro), outros em agências de fomento ou editais (como o novo edital Sebrae de Inovação). Sobre a pergunta relacionada a um investidor ideal, esta resposta dependerá do que você está buscando ou precisando. Se estás querendo entrar no mercado paulista, um investidor que tenha conexões em São Paulo é o ideal. Não olhe o dinheiro pelo dinheiro. Tente ver o valor do dinheiro que estás procurando. E os percentuais dependerão do estágio que sua empresa se encontra, do quanto o investidor estará colocando. O mais importante é buscar investidor quando tiveres certeza do que tu e a tua empresa precisam.
Márcio Meyer: Tenho interesse em abrir uma empresa nos mesmos moldes de negócio do Maurício de Sousa. Ando estudando algumas situações, mas a principal dúvida é justamente na captação de recursos para produção de revista de quadrinhos para banca e como conseguir apresentar um projeto destes para uma editora que queira inovar no mercado. Busco também alguma forma de investimento para produção de série de desenhos animados para TV.
 marcio meyer credito reprodução facebook
RESPOSTA: Meyer, uma opção para viabilizar o teu projeto seria a Lei Rouanet ou uma plataforma de crowdfunding para arrecadar recursos para tirar o projeto do papel. Este site tem uma lista de plataformas que operam no Brasil: crowdfundingnobrasil.com.br. Boa sorte.
Guilherme Charão: Tenho uma loja de moda e uma controladora nos ofereceu dois pontos fixos em shoppings centers. A questão é onde estão os investidores? Por onde posso começar a procurar?
RESPOSTA: Charão, o primeiro passo é ter um bom modelo de negócios. Seja algo novo ou até mesmo uma franquia. Dependendo do negócio, poderás ir atrás de um investidor-anjo, Anjos do Brasil, por exemplo, ou em alguma agência de fomento. Pelo que entendi, no teu caso, o Bndes, o BRDE ou o Badesul poderiam ser alternativas. Se existir alguma inovação no negócio, o edital do Sebrae Inovação pode ser interessante.
Guilherme Darros: Estou atrás de investimento para um aplicativo, mas tenho receio que "roubem a ideia" se eu divulgar amplamente. O que fazer nesta fase?
 marcio meyer credito reprodução facebook
RESPOSTA: Darros, se estás na fase da ideia aconselho a correr. Hoje, o mundo é muito dinâmico e existem milhões (se não bilhões) de pessoas pensando em criar algo novo, principalmente por meio de aplicativos. Tenho uma premissa que quanto mais eu falar sobre a minha ideia com outras pessoas, mais consistente ela fica, pois recebo feedbacks e insights em cada conversa que tenho e uso isso para melhorar minha ideia. Se alguém "roubá-la", implementá-la, ou lançar no mercado e tiver sucesso antes de mim, significa que não corri o suficiente e não merecia este mercado. Mas se mesmo assim tiveres medo de compartilhar sua ideia, aconselho usar uma ferramenta simples que é o N.D.A (Non-Disclosure Agreement), um termo de confidencialidade.
Lívia Araújo: Minha dúvida é em relação a investidores e o retorno do que eles injetam na empresa. É questão de negociação, claro, mas existe algo normal no mercado para não quebrar a empresa e poder dar o retorno que o investidor deseja? Isso costuma ser progressivo? Há um prazo para começar a dar retorno ou é imediato e obrigatório separar uma parte do faturamento para isso?
RESPOSTA: Normalmente o investidor não espera um retorno imediato. Eles pensam para médio e longo prazo, dependendo do negócio. O investidor não quer a quebra da empresa, não quer enfraquecer o poder de operação dela. O retorno que ele espera e o tempo que pretende ter normalmente é acordado entre o empreendedor e o investidor. Por isso, ao apresentar os números de crescimento do negócio seja extremamente realista (em relação ao que é possível fazer e entregar).
Alex Cardoso: Estamos buscando financiamento para aumentar a produção e abrangência. Nesta empreitada, a pouca receptividade dos bancos com as empresas com pouco tempo de operação é impressionante. O que fazer? Além disso, estamos tratando com pessoas que demonstram interesse em investir, mas que, na maioria das vezes, não possuem muito para aportar e, de outro lado, estamos tratando/avaliando os grandes portais de crowdfundig equity, mas eles são poucos e cheios de regrinhas e barreiras. Precisamos de uma luz.
RESPOSTA: Cardoso, realmente os bancos buscam garantias. Esse é o modelo que eles operam. Equity crowdfunding é algo que está se estruturando, tanto aqui no Brasil como no mundo. No teu caso, aconselho a ficar de olho em editais de fomento (Sebrae, Finep, BRDE, Bndes, Senai, etc).
Felipe Baingo: Como desenvolver um projeto que seja atraente e rentável a um investidor?
 App é criado para que gaúchos comprem carne para churrasco e rotinas do dia a dia direto pelo celular.     Fotos do Felipe Baingo
RESPOSTA: Baingo, projeto atraente para um investidor é um projeto que em um prazo pré-estabelecido traga retorno. Mostre isto e terás a atenção do investidor.
 

Leia também

Deixe um comentário