Oswaldo Oliveira esteve em Porto Alegre como palestrante do Gera��o DUX, da Funda��o Gera��es Oswaldo Oliveira esteve em Porto Alegre como palestrante do Gera��o DUX, da Funda��o Gera��es Foto: JONATHAN HECKLER/JC

Voc� n�o � o seu cargo

O modelo organizacional vigente, para Oliveira, n�o d� mais conta da complexidade humana

Aos 38 anos de idade, o economista Oswaldo Oliveira começou a se ver exausto do modelo de vida que tinha, baseado na lógica industrial de bater cartão, cumprir horário, desempenhar o seu cargo. Até que ele se questionou: há fronteiras para tudo isso? Hoje, ele ajuda empreendedores e empresas a passar a operar a lógica que parte da colaboração e horizontalidade. Oliveira é fundador da Teia, a primeira empresa a trabalhar totalmente em rede no País. Ele já atuou em governos e empresas, como Itaú, auxiliando nesta mudança. O modelo organizacional vigente, para Oliveira, não dá mais conta da complexidade humana.
GeraçãoE - Por que o modelo industrial não se sustenta mais?
Oswaldo Oliveira - O planeta está passando por uma reorganização, porque o modelo organizacional que existia hoje não dá mais conta dessa complexidade que a gente atingiu. E isso se manifesta de vários jeitos. Desde as próprias empresas, que utilizam procedimentos que elas conheciam e não funcionam mais, então precisam se reinventar. E essa reinvenção passa por se abrir para o novo - que não está na academia, não está nas escolas de administração, está justamente nas conexões em rede.
GE - E isso gera mais colaboração?
Oliveira - Muda o ambiente, muda o comportamento das pessoas. Fundamentalmente, o que acontece é isso, é uma mudança de paradigma. O paradigma do modelo industrial é de escassez. Os recursos são escassos, a ética é guerreira porque o recurso é escasso - não tem para todo mundo, então, eu tenho que guerrear para ter para mim. E o comportamento é competitivo. É todo um pacotinho que vem a partir dessa percepção de mundo. Na hora que você conecta todo mundo, o paradigma muda de escassez para abundância. Muda-se o paradigma, muda a ética. A ética que era guerreira, passa a ser do cuidado. E o comportamento, que era competitivo, passa a ser colaborativo. No ambiente de abundância não tem porque guerrear e competir. Você cuida e colabora.
GE - Como começar a colocar isso em prática?
Oliveira - Quando você muda o modelo organizacional, você sai da cadeia de comando e controle, e se conecta com o universo em rede. Então, a primeira coisa que acontece nesse movimento é que você deixa de ser padrão e passa a ser único. Porque, na mentalidade de comando e controle, você é uma profissão padrão. O gerente, o supervisor, o diretor, o colaborador. Ou você é a profissão que você se formou: designer, programador, fotógrafo. Tudo isso é padrão. E o padrão só funciona no organograma, porque, naquela função, é todo mundo igual. Só que isso não é bem realidade, porque cada um é um. Então, na hora em que você tira o organograma, o primeiro problema e oportunidade para a pessoa é que ela tem que saber quem ela é. Para ver qual a essência única que ela vai conectar em rede. Porque o que acontece é este efeito: você sai do padrão e precisa assumir a sua identidade e expressar a sua identidade em rede para aumentar as conexões em torno de você. Daí vem a tua capacidade de remuneração e de sobrevivência.
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