O corte de uma grande árvore na avenida Ipiranga, em Porto Alegre, motivou um protesto silencioso, mas incisivo. "Crime Ambiental #ForaMarchezan", diz uma placa colocada há alguns dias sobre o que restou do vegetal no bairro Menino Deus, entre a avenida Praia de Belas e a rua Múcio Teixeira, à beira da ciclovia que passa pelo local.
Segundo a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), a árvore - uma falsa seringueira - foi derrubada em função do risco de causar danos aos cabos de alta tensão. Além disso, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) também teria solicitado o corte, alegando que as raízes estavam danificando tanto a ciclovia quanto o pavimento da avenida.
"Por estar localizada no traçado de uma linha de transmissão, a remoção da árvore está autorizada na Licença de Operação do Sistema de Transmissão que contempla a linha, devendo o órgão ambiental municipal ser comunicado previamente. A comunicação à Smams (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e da Sustentabilidade) ocorreu no dia 5 de fevereiro", explica a CEEE, em resposta escrita à reportagem.
A madeira resultante do corte foi levada à estação de triagem e compostagem do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, na Lomba do Pinheiro. Conforme a CEEE, o tipo de madeira não é adequado para reaproveitamento em outras iniciativas. A compensação ambiental, norma da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado, ocorre aproximadamente uma vez por ano, levando em conta todas as árvores derrubadas no período.