A falta de tudo

Nem só de segurança precisa o pobre Haiti. Segundo o major Carlos Torres, do Serviço de Informações Públicas do BraBat2, da missão das Nações Unidas, os militares estão distribuindo água em Porto Príncipe, o que valeu a gratidão dos haitianos e da criançada em especial. Em um único dia, o 2º Batalhão distribuiu 12 mil litros de água potável para o bairro de Waaf Jeremie da capital haitiana.

O governo do Estado oficializou o Programa de Cidadania Fiscal para incentivar a população a solicitar a nota fiscal nas compras. Na contrapartida, serão distribuídos prêmios em bens ou em dinheiro aos consumidores. A experiência em programas semelhantes ao longo das últimas décadas mostrou que a colaboração do consumidor é diretamente proporcional ao valor dos prêmios. Prêmio pequeno, interesse pequeno. 

A maioria dos indicadores da economia brasileira está no sinal amarelo, com viés de vermelho. A inadimplência no setor automobilístico já é alta e tende a crescer – na classe C, 27,6% da renda familiar estão comprometidos com a prestação do carro e seu custeio. O germe da inadimplência surgiu quando o governo permitiu, em 2009, prestações de até 92 meses. Ou as vozes prudentes não foram ouvidas, ou fizeram ouvidos moucos.

Os quatro helicópteros H-1H que o governo doou para a Bolívia são chamados carinhosamente pela FAB de “Sapões”. Estão no final de sua vida útil, e mantê-los voando será muito caro. Estão sendo substituídos pelos Blackhawk, Esquilos e até os Mil russos. As polícias estaduais estão de olho nos Sapões, mas esbarram no custo.

Foram muito severos os danos causados pelas geadas branca e negra (com vento ou brisa, ar seco e temperatura negativa, agravado pelo solo seco) nos citros do Vale do Caí. Houve quebra de 60% na bergamota Pareci, 30% da Ponkan e 50% na Montenegrina, que ainda não foi colhida. Nos citrus como um todo, o prejuízo gira em torno de R$ 26 milhões, e de R$ 120 milhões em toda a cadeia produtiva.

Mesmo que exista vontade política e dinheiro para dotar o Aeroporto Salgado Filho com o ILS (pouso por instrumentos) CAT3, seria preciso implodir o viaduto Leonel Brizola e tirar o Trensurb da área. A informação é de Carlos Alberto Souza, superintendente regional da Infraero, ao Jornal Gente da Rádio Band. Além disso, as empresas aéreas não estão dispostas a encarar o alto custo do treinamento das tripulações e dos equipamentos nas aeronaves.

Nós teremos o CAT2, que também não fará milagres – o mesmo equipamento, no Afonso Penna, de Curitiba, reduziu as operações sob neblina e mau tempo em apenas 20%. Então pode frustrar expectativas. Uma novidade revelada por Souza é que, para evitar interferências no ILS, será preciso encurtar em cerca de 100 metros a pista do Salgado Filho na cabeceira da Avenida dos Estados. É até irônico. Mal ganhamos a ampliação, e já nos tiram 100 metros.

Mas com uniforme. A colenda aprovou ontem projeto do vereador Airto Ferronato (PSB) que torna obrigatório o uso de uniforme por parte dos guardadores de veículos. Eles deverão vestir jaleco de cor preta, com detalhes em amarelo nas mangas e nos ombros, contendo o logotipo e telefone da entidade à qual estão vinculados,  número de registro, e, nas costas, os dizeres “Guardador de Automóveis de Porto Alegre”. Só falta o CPF e grupo sanguíneo.

A lei de flexão de gênero recentemente assinada pela presidente Dilma Rousseff já é de uso comum em Lisboa há décadas. O comunicador gaúcho Henrique Raizler clicou esta placa em Lisboa, que dispensa maiores explicações. Seria curioso saber por que os lisboetas assim chamaram a Feira das Ladras.