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COMÉRCIO EXTERIOR

- Publicada em 21 de Junho de 2012 às 00:00

Exportações gaúchas têm queda de US$ 505 milhões nos cinco primeiros meses de 2012


Jornal do Comércio
O rombo nas exportações gaúchas chegou a US$ 505 milhões nos primeiros cinco meses de 2012. Divisas menores em dólares que deixaram de irrigar a economia interna se devem à quebra na safra de soja e a barreiras de países tradicionais compradores, como os vizinhos argentinos.
O rombo nas exportações gaúchas chegou a US$ 505 milhões nos primeiros cinco meses de 2012. Divisas menores em dólares que deixaram de irrigar a economia interna se devem à quebra na safra de soja e a barreiras de países tradicionais compradores, como os vizinhos argentinos.
A alta da moeda americana, registrada desde dezembro passado ainda não teve reflexos no resultado dos negócios externos, apontaram ontem especialistas da Fundação de Economia e Estatística (FEE). O impacto positivo do câmbio é esperado para o segundo semestre, mas o problema será outro: a falta de produto, como soja, para aproveitar a temporada de valorização.
A supervisora do Centro de Informações Estatísticas da FEE, Cecília Hoff, ressaltou que a alta do dólar pode ter beneficiado alguns ramos, que não tenham negociado vendas com a cotação abaixo dos R$ 2,00. Os próximos meses indicarão se o impacto será mais forte”, observa Cecília. A perda de receita com soja (grãos e derivados) foi a maior culpada pelo desempenho frustrante. De janeiro a maio, o setor externo faturou US$ 6,8 bilhões, ante US$ 7,3 bilhões do mesmo período de 2011, redução de 6,9%. O volume exportado caiu 5,9%, enquanto a média nacional avançou 3,1%. O comércio externo fechou com alta de 3,4%, somando US$ 97,9 bilhões. O saldo negativo rebaixou o Rio Grande do Sul a sexto no comércio exterior, tendo Mato Grosso no quinto lugar.
Somente o setor primário gaúcho somou queda de US$ 372,7 milhões, 73,8% do total que se deixou de faturar frente ao ano passado. “E deve ficar pior. As exportações de soja se concentram de maio a julho”, adiantou Bruno Breyer Caldas, pesquisador do Núcleo de Indicadores Conjunturais da fundação. O economista ponderou que a lavoura escapou de perda maior devido a contribuições de alguns segmentos, como trigo, que, mesmo com vendas menores, estão mantendo divisas pelo segundo ano consecutivo.
No complexo da soja, Caldas citou que houve uma complementação. O que o Rio Grande do Sul está deixando de vender, outras regiões produtoras ocupam o espaço. Sem o grão e subprodutos, as divisas oriundas de vendas à China caíram 24,7%, US$ 153,6 milhões a menos que janeiro a maio do ano passado. A questão é de oferta. Se eles quiserem comprar mais da gente, vai faltar produto”, contrastou a supervisora do Centro de Informações Estatísticas. Na indústria de transformação, mais quedas, com recuo de 2,9% no faturamento, somando US$ 5,5 bilhões, ante US$ 5,7 bilhões dos primeiros cinco meses de 2011. O efeito na contabilidade do mercado externo é que a indústria avançou de 78,3% para 81,7% na participação dos setores. “Mas ela só aumentou porque houve perdas de outros”, ponderou Cecília.
Os boicotes de compradores argentinos e russos explicaram a queda no fluxo para estes dois clientes. O intercâmbio com o país vizinho teve maior redução em calçados e derivados de petróleo. No conjunto dos mercados, a indústria calçadista somou queda de 29,1%, com US$ 152,4 milhões a menos no caixa. O ramo petroquímico US$ 136,9 milhões, corte de 75%. “É a conta das renovações não automáticas e de produtos parados na fronteira”, atribuiu. A Argentina comprou 20,8% menos no período, somando US$ 128,2 milhões e caindo à terceira posição. Para aliviar um pouco o cenário desfavorável, a equipe da FEE indicou como notícia promissora os sinais de recuperação de vendas para os Estados Unidos, segundo destino dos produtos gaúchos.

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