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Opinião

Editorial

- Publicada em 21 de Junho de 2012 às 00:00

A força enganadora da hipocrisia política


Jornal do Comércio
O quase escandaloso acordo entre o ex-presidente Lula da Silva e Paulo Maluf, pessoas que passaram toda uma vida partidária pregressa se odiando politicamente, derrubou de vez a credibilidade dos partidos no Brasil. Não se pode generalizar, pois a injustiça estará lançada. Mas o presidente Lula deveria se recolher ao silêncio obsequioso. Ele e todos os ex-presidentes, como fazem os que deixam a Casa Branca. Nenhum palpite sobre quem está no poder em Washington. Vez que outra, ao contrário, são chamados por Barack Obama para uma missão humanitária, como ocorreu no Haiti. De resto, criam fundações de auxílio humanitário ou se incorporam às existentes. E fim. Lula da Silva julga que elegerá quem quiser no Brasil, no rastro do que conseguiu com Dilma Rousseff. Menos, menos, senhor ex-presidente, com todo respeito. Os partidos políticos, hoje 40 agremiações, uma demasia, usam os mesmos e óbvios argumentos nos horários gratuitos das tevês. Repetem chavões dos quais ninguém discorda. Dá-se o obséquio da dúvida, a maioria tenta proceder de maneira correta, mas não tem força nem estrutura partidária para fazer frente à maré de corrupção.
O quase escandaloso acordo entre o ex-presidente Lula da Silva e Paulo Maluf, pessoas que passaram toda uma vida partidária pregressa se odiando politicamente, derrubou de vez a credibilidade dos partidos no Brasil. Não se pode generalizar, pois a injustiça estará lançada. Mas o presidente Lula deveria se recolher ao silêncio obsequioso. Ele e todos os ex-presidentes, como fazem os que deixam a Casa Branca. Nenhum palpite sobre quem está no poder em Washington. Vez que outra, ao contrário, são chamados por Barack Obama para uma missão humanitária, como ocorreu no Haiti. De resto, criam fundações de auxílio humanitário ou se incorporam às existentes. E fim. Lula da Silva julga que elegerá quem quiser no Brasil, no rastro do que conseguiu com Dilma Rousseff. Menos, menos, senhor ex-presidente, com todo respeito. Os partidos políticos, hoje 40 agremiações, uma demasia, usam os mesmos e óbvios argumentos nos horários gratuitos das tevês. Repetem chavões dos quais ninguém discorda. Dá-se o obséquio da dúvida, a maioria tenta proceder de maneira correta, mas não tem força nem estrutura partidária para fazer frente à maré de corrupção.
No reino dos partidos temos uma força civilizadora da hipocrisia. Caso não seja dessa forma, como entender alianças entre extremos ideológicos? Poder-se-á alegar que os extremos se encontram. Mas ideias não são metais que se fundem. Dois partidos antagônicos se unirem na eleição de 2012, e que, segundo os melhores analistas políticos, mira um apoio recíproco para 2014, não é nada ilegal ou imoral. Porém, talvez beire ao amoral. É que as opiniões político-partidárias têm, como as frutas, o seu tempo de maturação. Dessa forma, elas podem se tornar mais doces, azedas ou adstringentes do que antes eram.
Agora, o que revolta os milhões de trabalhadores empregados, o empresariado e os profissionais liberais que arcam com o custo dos serviços públicos que deveriam retornar com qualidade, suficiência e sempre melhorando, é a cultura da vigarice. Dos negócios feitos com obras públicas superfaturadas e em que as sobras do excesso do valor estipulado correm para bolsos tidos, pouco antes, como insuspeitos. Enquanto se prendem os meliantes comuns, os engravatados percorrem os salões acarpetados em busca de atalhos para escamotear verbas do povo. Temos que dar um basta nesta mentalidade de que é o governo que faz isso ou aquilo. Os Poderes são sustentados pelos impostos, taxas e emolumentos. Ninguém gera recursos a não ser o trabalho individual e coletivo de uma cidade, de um estado ou da União. O partido político é um grupo de pessoas que se unem para promover o interesse nacional mediante o emprego de um processo específico com o qual todos os seus membros se acham de acordo. Mas a coerência é o fraco dos partidos nacionais. Troca-se de sigla simploriamente. O anacronismo é tão grotesco que ainda temos partidos que mantêm em seus programas a implantação do comunismo “democrático”. Aí fica difícil levar a sério ideias programáticas. E a reforma política será feita por comissão que tem entre seus parlamentares alguns acusados de tramoias financeiras. É o fim.
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