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Opinião
ARTIGO
- Publicada em 01 de Junho de 2012 às 00:00Superando a presunção médica
Jornal do Comércio
Os médicos estão lutando contra um processo que levou anos, para que o cuidado ao ser humano passasse a ser multi e interdisciplinar. Cada profissional tem formação para avaliar os procedimentos dentro da sua área, porém o Ato Médico quer impor a avaliação diagnóstica e os procedimentos médicos por sobre o conhecimento de todos os demais profissionais. Alguns médicos desejam o retorno da supremacia de sua área de conhecimento sobre todos os demais campos de saber. Porém, as áreas se desenvolveram. Os próprios médicos não têm como dar conta da especificidade de um colega, quanto mais de outras abordagens sobre o ser humano. Quanto aos desígnios da condição de um paciente, não mais é admissível que a área médica pretenda indicar e diagnosticar baseando-se somente sobre suas premissas.
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Os médicos estão lutando contra um processo que levou anos, para que o cuidado ao ser humano passasse a ser multi e interdisciplinar. Cada profissional tem formação para avaliar os procedimentos dentro da sua área, porém o Ato Médico quer impor a avaliação diagnóstica e os procedimentos médicos por sobre o conhecimento de todos os demais profissionais. Alguns médicos desejam o retorno da supremacia de sua área de conhecimento sobre todos os demais campos de saber. Porém, as áreas se desenvolveram. Os próprios médicos não têm como dar conta da especificidade de um colega, quanto mais de outras abordagens sobre o ser humano. Quanto aos desígnios da condição de um paciente, não mais é admissível que a área médica pretenda indicar e diagnosticar baseando-se somente sobre suas premissas.
Os psicólogos, os sanitaristas, os terapeutas ocupacionais e tantos outros profissionais podem gerar multidisciplinarmente avaliações muito mais precisas sobre um sujeito do que quando restritas à compreensão médica. Após anos de evolução das várias áreas humanas e da saúde, persistem os médicos que buscam exercer autoridade sobre todas as modalidades humanas, o que repercute no dia a dia de todos que buscam atendimento nas instituições de saúde. Os efeitos desse autoritarismo médico aparecem nos equívocos dos diagnósticos e nos erros dos atendimentos, pela forma restrita com que pretendem compreender os “pacientes”. Espera-se que a discussão sobre este Ato Médico seja veiculada à população para que todos compreendam que este debate tem efeitos imediatos e a longo prazo, nos modos de atendimento à população.
Psicóloga, monitora da área da Saúde Coletiva da Ufrgs
