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Palácio Piratini

- Publicada em 06 de Outubro de 2009 às 00:00

Governadora processa Feijó, Buchmann e Ferst


Jornal do Comércio
A governadora Yeda Crusius (PSDB) ingressou ontem com ação na Justiça contra o vice-governador, Paulo Feijó (DEM), o ex-presidente do Detran Sérgio Buchmann e o ex-assessor na campanha de 2006 Lair Ferst pelas declarações vinculando o seu nome à fraude de R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

A governadora Yeda Crusius (PSDB) ingressou ontem com ação na Justiça contra o vice-governador, Paulo Feijó (DEM), o ex-presidente do Detran Sérgio Buchmann e o ex-assessor na campanha de 2006 Lair Ferst pelas declarações vinculando o seu nome à fraude de R$ 44 milhões no Departamento Estadual de Trânsito (Detran).

“Isso é um diz que me diz. É calúnia. Já houve investigação (do Ministério Público Estadual) comprovando a minha inocência”, afirmou a governadora, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, veiculado ontem à noite em rede nacional.

Ao comentar o impacto do processo de impeachment e da CPI da Corrupção, Yeda se disse vítima do que chamou de “mercado de escândalos”.

“De 20 mil horas de gravação (apuradas pelas investigações), selecionam um minuto e meio em um dia, três minutos no outro. Isso já está afetando a imagem do Rio Grande do Sul”, queixou-se.

Mesmo diante do desgaste, Yeda confirmou sua pré-candidatura e atribuiu a rejeição de 68% da população à reeleição, conforme pesquisa do Ibope, à cobertura dada pelos veículos de comunicação. “Faz dois anos e meio que a população gaúcha diariamente vê a crise propagada, com a face da governadora”, reagiu.

Yeda descartou a possibilidade de desistir da candidatura para facilitar uma composição do PSDB com o PMDB, liderada pelo prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, com o objetivo de criar um palanque mais forte no Rio Grande do Sul para dar sustentação ao candidato tucano na disputa pela presidência da República, em 2010, o governador de São Paulo, José Serra.

“Já fiz isso por Serra em 2002. Eu era a segunda colocada nas pesquisas no Estado e precisávamos compor com o PMDB, com Rita Camatta. Cedi para um candidato que tinha 3%, (Germano) Rigotto, e fiz a campanha do Serra como candidata a deputada federal”, lembrou.

Para a governadora, a hipótese está fora de cogitação. “Não tem palanque maior (para o PSDB nacional) do que a candidatura do PSDB (no Rio Grande do Sul)”, sustentou. Yeda também defendeu a sua gestão, ao comentar a avaliação de 74% da população de que o governo estadual é ruim ou péssimo. “O governo é reconhecido nacional e internacionalmente. Conseguimos financiamento do Banco Mundial (Bird), consertamos um déficit de 37 anos”, citou a governadora.

Ex-presidente do Detran nega ter sofrido pressões

A ex-presidente do Detran e primeira testemunha das investigações da CPI da Corrupção, delegada de Polícia Estella Maris Simon, foi a primeira depoente da comissão. Durante mais de quatro horas, ela falou ontem sobre a autarquia, especialmente sobre o contrato do Detran com a empresa Atento Service.

A ex-presidente do Detran, que deixou o cargo em 4 de maio de 2009, negou ter sofrido qualquer tipo de pressão a respeito do pagamento de suposta dívida do Estado, de R$ 16 milhões, cobrada pela empresa Atento. “Nunca recebi nenhuma pressão, em nenhum momento para pagar nada”, esclareceu.

Relatou que o advogado da empresa, Lia Pires, teria ameaçado levar o caso à Justiça. Em resposta, Estella Maris afirmou que desconhecia a dívida e que a cobrança devia ser levada ao âmbito judicial. “Falo o que posso provar e documentar, minha opinião aqui não tem valor”, explicou. Segundo ela, os valores devidos foram apresentados pela Atento no dia 31 de março de 2008, em reunião com a direção do Detran.

A ex-presidente disse que comunicou à governadora sua decisão de recomendar o encaminhamento do caso à Justiça. E Yeda Crusius teria apoiado essa solução. A delegada disse ainda que nos dias seguintes tratou de buscar alternativa para substituir os serviços prestados pela Atento, encontrada no uso de um terreno da Secretaria de Segurança, que seria usado como depósito dos veículos guinchados, após negociação com o secretário da Segurança Pública, Edson Goularte que, inicialmente, discordava.

A depoente afirmou que apresentou o assunto aos secretários de Estado, em reunião no dia 4 de abril. Em meio à negociação para uso do terreno da Secretaria da Segurança, o então secretário da Transparência, Carlos Otaviano Brenner de Moraes, segundo Estella Maris, sugeriu adiantar valores à Atento, como alternativa para resolver o problema.

Ela afirmou que não deu atenção à sugestão porque tinha o apoio da governadora. Otaviano teria sido também o responsável por comunicar à Estella que a Atento voltaria a prestar os serviços, em telefonema que precedeu a decisão da ex-presidente de deixar o cargo.

Ela também negou que sua saída da presidência da autarquia teve relação com pressões recebidas para reconhecer a dívida cobrada pela Atento.  “Trabalhava 14 horas por dia e achei que já tinha dado a minha contribuição”, reiterou.

A sessão de ontem previa ainda o depoimento do ex-presidente do Detran Sérgio Buchmann, que não havia iniciado até o fechamento desta edição. Os depoimentos do atual presidente do Detran, Sérgio Filomena, e do secretário-adjunto da Administração, Genilton Ribeiro, foram transferidos para a sessão extraordinária da comissão que acontece amanhã.

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