Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Justiça

- Publicada em 06 de Outubro de 2009 às 00:00

Ações de discriminação dobram em quatro anos


Jornal do Comércio
Apesar de vigorar há 20 anos no País, a lei que tipifica as discriminações racial e religiosa como crimes ganhou eco apenas nos últimos quatro anos. É o que mostra levantamento do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert). A pesquisa aponta que no período de 2004 a 2008, foram dadas 1.011 sentenças sobre ações de natureza discriminatória nos tribunais de segunda instância do País, valor 112 vezes maior ao registrado entre 1994 e 1998, último balanço promovido pelo instituto, quando apenas nove processos chegaram aos tribunais de justiça do País.

Apesar de vigorar há 20 anos no País, a lei que tipifica as discriminações racial e religiosa como crimes ganhou eco apenas nos últimos quatro anos. É o que mostra levantamento do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (Ceert). A pesquisa aponta que no período de 2004 a 2008, foram dadas 1.011 sentenças sobre ações de natureza discriminatória nos tribunais de segunda instância do País, valor 112 vezes maior ao registrado entre 1994 e 1998, último balanço promovido pelo instituto, quando apenas nove processos chegaram aos tribunais de justiça do País.

Coordenado pelo ex-secretário de Justiça do Estado de São Paulo Hédio Silva Jr., o estudo ainda aponta que 65% dos processos julgados resultaram em condenação aos responsáveis pela discriminação. “Os operadores do direito estão mais atentos sobre o tema”, reconhece Hédio. O advogado ainda ressalta que cerca de 70% dos processos julgados nos últimos quatro anos referem-se a preconceito racial. “As vítimas que costumavam sofrer discriminação por conta da raça e da cor estão melhor informadas e insistem em entrar na Justiça quando se sentem lesadas”, complementa.

O balanço da Ceert aponta ainda que a maior parte das sentenças dadas nos últimos anos partiu das justiças Trabalhista (356 decisões) e Cível (336). De acordo com Hédio, o resultado revela que o ambiente de trabalho costuma ser o local onde as animosidades racial e religiosa são mais frequentes. “Chama a atenção a grande quantidade de vítimas que entram na Justiça por terem sido ofendidas por chefes ou colegas”, conta o coordenador. “Muitas delas são demitidas por conta da discriminação”, salienta.

A pesquisa mostra também que as regiões Sul e Sudeste estão mais avançadas juridicamente no tocante racial, com destaque para os estados do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, com 141 e 66 causas julgadas, respectivamente. O levantamento destaca que até o momento nenhum tribunal de justiça foi contra a política de cotas raciais nas universidades, o que revela, segundo o ex-secretário de Justiça de São Paulo, uma “visível simpatia dos magistrados em favor da correção das injustiças sociais”.

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO