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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

- Publicada em 16 de Abril de 2012 às 00:00

Cuba gera impasse na Cúpula das Américas


EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
Jornal do Comércio
A 6ª Cúpula das Américas encerrou ontem suas deliberações sem consenso em dois pontos principais, relacionados à inclusão de Cuba em futuros encontros, o que tornou impossível a elaboração de uma declaração final acordada entre todos os chefes de Estado e de governo que se reuniram durante dois dias em Cartagena das Índias, no Caribe colombiano. Os Estados Unidos vetaram os parágrafos 17 e 18, referentes à inclusão de Cuba em futuras cúpulas e à necessidade de acabar com o bloqueio econômico e comercial da ilha. O encontro na Colômbia pode ter sido o último.
A 6ª Cúpula das Américas encerrou ontem suas deliberações sem consenso em dois pontos principais, relacionados à inclusão de Cuba em futuros encontros, o que tornou impossível a elaboração de uma declaração final acordada entre todos os chefes de Estado e de governo que se reuniram durante dois dias em Cartagena das Índias, no Caribe colombiano. Os Estados Unidos vetaram os parágrafos 17 e 18, referentes à inclusão de Cuba em futuras cúpulas e à necessidade de acabar com o bloqueio econômico e comercial da ilha. O encontro na Colômbia pode ter sido o último.
“Todos os países aqui na América Latina e no Caribe querem que Cuba esteja presente. Mas os Estados Unidos não aceitam”, disse o presidente Evo Morales, da Bolívia. “É como uma ditadura”, afirmou. Morales e outros líderes de esquerda foram insistentes em afirmar que este seria o último encontro organizado pela Organização das Nações Unidas, a menos que Cuba seja convidada a participar. A questão cubana levou o presidente do Equador, Rafael Correa, a boicotar o encontro. Mesmo governos moderados, como os do Brasil e Colômbia, disseram que não haveria mais cúpulas nas Américas sem a presença da ilha comunista.
A administração Obama facilitou de forma expressiva a viagem de famílias para Cuba, mas não retirou o embargo americano à ilha, que já dura 50 anos. Os assistentes do presidente norte-americano Barack Obama explicaram que a posição dos Estados Unidos deve-se à objeção do país contra a falta de democracia do governo cubano. Mas um chefe da administração dos EUA disse que a questão não foi levantada em nenhum dos encontros que Obama teve com líderes da Guatemala, El Salvador, Argentina e Peru.
A influência comercial e política norte-americana na América Latina está declinando à medida que a China ultrapassou os EUA como principal parceiro comercial, e muitos analistas acreditam que estes encontros regionais tendem a ser improdutivos e só fariam sentindo se a pauta for constituída de questões substantivas. “O rótulo ‘Américas’ não significa muito, a menos que você seja um cartógrafo”, disse o analista Adam Isacson, do Washington Office.
Na reunião deste final de semana, Obama foi criticado por alguns líderes por se recusar a abandonar a guerra contra as drogas, que já custou a vida de dezenas de milhares de pessoas e afetou governos, embora ele tenha escutado os argumentos dos outros governantes. “Eu não me importo em debater assuntos como a descriminalização das drogas”, disse ele. “Eu pessoalmente não concordo que esta seja a solução para o problema”, afirma. 

Desvalorização do dólar é preocupação comum do Brasil e da Colômbia

A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, disse neste sábado, na Colômbia, que os países da América Latina precisam adotar medidas para se defenderem contra o enfraquecimento do dólar. Segundo Dilma, a política monetária altamente acomodatícia do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que age independentemente do governo, mas está sujeito à supervisão do Congresso, inundou os mercados emergentes, como o Brasil, com dólares, provocando desequilíbrios econômicos globais nocivos. Ela destacou também a necessidade de essas nações buscarem parcerias na região sem protecionismo, afirmando que crise econômica criou desafios para as economias latino-americanas.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, também disse, no mesmo fórum, que está preocupado com a desvalorização da moeda norte-americana, alertando que a política monetária expansiva na maior parte do mundo desenvolvido, na qual os EUA e outros países imprimem essencialmente dinheiro em excesso para pagarem as contas, está “exportando a crise (econômica) para nós”.
Santos afirmou que, apesar dos problemas causados pela queda do dólar, a Colômbia centrará foco no estímulo a suas exportações e no aumento do comércio com o restante da América Latina e os EUA. Um acordo de livre comércio entre os EUA e a Colômbia deverá entrar em vigor ainda neste ano. O Brasil e a Colômbia adotaram medidas extraordinárias nos últimos anos para tentar evitar que suas moedas se valorizem muito ante o dólar em mercados cambiais de flutuação livre.
O presidente norte-americano, Barack Obama, comentou que os EUA não estão importando apenas commodities da América Latina, mas também bens industrializados, produtos acabados. Essa é uma das cobranças do Brasil e de outros países da região.

Transparência nas informações é tema de visita de Hillary

Em visita a Brasília nesta semana, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, participará com a presidente Dilma Rousseff da 1ª Conferência Anual de Alto Nível da Parceria para Governo Aberto. A parceria foi lançada há oito meses por Dilma e pelo presidente norte-americano, Barack Obama. Desta vez estarão presentes representantes de 42 países que vão aderir à iniciativa. A reunião ocorrerá amanhã.
A Parceria para o Governo Aberto é um acordo feito pelos governos para implementar medidas de prevenção à corrupção, promoção da transparência de dados públicos e utilização de ações que dão mais poder aos cidadãos e às populações em geral.
Ela passará dois dias em Brasília. Com o ministro Antônio Patriota, a secretária participa da 3ª Reunião do Diálogo de Parceria Global Brasil-Estados Unidos. A ideia é rever uma série de acordos firmados entre os dois países e as decisões definidas no começo da semana passada durante a visita de Dilma aos EUA.
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