A taxa de desemprego total, no conjunto de seis regiões metropolitanas do País, caiu de 15%, em julho, para 14,6%, em agosto, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada ontem pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Com a variação, o contingente de desempregados caiu para 2,932 milhões de pessoas, 79 mil a menos.
Em agosto de 2008, de acordo com o Dieese, a taxa de desemprego era de 14,5%. Na comparação entre agosto e julho, o nível de ocupação cresceu 0,7%, o que significou a criação líquida de 125 mil postos de trabalho. Em termos setoriais, o nível ocupacional no conjunto das seis regiões cresceu 1% no setor de serviços (91 mil vagas), 3,1% na construção civil (32 mil vagas) e 0,5% na indústria (12 mil vagas). No setor do comércio houve queda de 0,2% (menos 5 mil ocupações). No segmento outros setores, houve redução de 0,3% (menos 5 mil vagas).
O rendimento médio real dos ocupados nas seis regiões metropolitanas, em julho em relação a junho, cresceu 0,8%, passando para R$ 1.215,00. Na comparação com julho do ano passado, houve crescimento de 1,1%. Já a massa de rendimentos teve alta de 0,7% em julho ante junho de 2008 e de 1,6% em relação a julho de 2008.
Conforme os dados do levantamento na Região Metropolitana de Porto Alegre, a taxa de desemprego total registrou redução em agosto, passando de 12% da População Economicamente Ativa (PEA) em julho para os atuais 11,6%. Esse comportamento ocorreu devido exclusivamente à retração da taxa de desemprego aberto (que passou de 9,2% para 8,8%), pois a taxa de desemprego oculto permaneceu estável em 2,8%. O contingente de desempregados foi estimado em 236 mil pessoas em agosto, 7 mil a menos em relação a julho. Tal comportamento foi causado pelo aumento de 16 mil ocupações, que foi superior ao ingresso de 9 mil pessoas mercado. A taxa de participação elevou-se de 58,2% para 58,5% em agosto.
Em agosto, o nível de ocupação na Região Metropolitana apresentou variação positiva de 0,9%, sendo o terceiro mês consecutivo de melhora. O contingente estimado de ocupados elevou-se para 1,795 milhão de pessoas, 16 mil a mais do que no mês anterior. Entre os principais setores de atividade econômica, aumentou o número de ocupados na indústria (14 mil postos de trabalho) e nos serviços (11 mil). De forma antagônica, ocorreu queda da ocupação no comércio (-4 mil) e nos serviços
domésticos (-5 mil).
Tendência é de geração de mais empregos até o final deste ano
O coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego da Fundação Seade, Alexandre Loloian, avalia que o desempenho do mercado de trabalho em agosto indica que pode haver geração líquida de empregos nos próximos meses de 2009, ainda que, dificilmente, a taxa de desemprego volte a cair para o nível baixo verificado em dezembro do ano passado.
O desemprego continua um pouco acima do verificado em agosto de 2008, mas ainda assim a recuperação do mercado de trabalho é considerada surpreendente. “O emprego mostrou um comportamento típico, de recuperação a partir do segundo semestre, em um ano totalmente atípico, de crise, e isso foi uma surpresa”, afirma o diretor do Dieese, Sérgio Mendonça.
A resistência da massa de rendimentos reais em julho, mesmo em um ano de crise, também é citada como uma boa notícia. Nas seis regiões metropolitanas, a massa de rendimentos dos ocupados cresceu 0,7%. Segundo Mendonça, a inflação em queda nos últimos meses ajuda a explicar a expansão da massa salarial, o que tem reflexo direto sobre o nível de consumo interno.
Ele diz que, embora o crédito seja o instrumento que garante a expansão do consumo, é preciso que a massa de rendimentos dê suporte à expansão do nível de endividamento da população, e é o que está ocorrendo.