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CONJUNTURA

- Publicada em 01 de Outubro de 2009 às 00:00

Economista contesta crise amena no Brasil


Jornal do Comércio
A interrupção de séries longas de crescimento - como nove trimestres de aumento dos investimentos, 12 trimestres de elevação do PIB e 21 trimestres de acréscimo do consumo das famílias - é um dos motivos que levaram o coordenador do Núcleo de Análise de Política Econômica (Nape) da Ufrgs, Flávio Benevett Fligenspan, a considerar que a crise mundial não teve efeitos tão suaves assim no Brasil. A avaliação foi apresentada ontem durante o seminário "Foi mesmo só uma marolinha?".
A interrupção de séries longas de crescimento - como nove trimestres de aumento dos investimentos, 12 trimestres de elevação do PIB e 21 trimestres de acréscimo do consumo das famílias - é um dos motivos que levaram o coordenador do Núcleo de Análise de Política Econômica (Nape) da Ufrgs, Flávio Benevett Fligenspan, a considerar que a crise mundial não teve efeitos tão suaves assim no Brasil. A avaliação foi apresentada ontem durante o seminário "Foi mesmo só uma marolinha?".
Segundo ele, o País registrou abalos importantes no período mais crítico, como as taxas negativas de crescimento do PIB no último trimestre do ano passado (-3,4%) e no primeiro de 2009 (-1,0%). Se o critério usual de dois trimestres consecutivos de taxas negativas for considerado, o Brasil realmente viveu uma fase de recessão na passagem entre os anos. “Foram séries importantes que vinham de longos trimestres em crescimento que tiveram uma quebra nesse momento. Isso dá uma dimensão do impacto. Não foi tão superficial assim. Isso repercutiu na saúde financeira das empresas e principalmente no setor de empregos, que sofreram muito com isso”, aponta.
Outro índice importante apontado por Fligenspan que demonstra o efeito colateral da depressão econômica é a comparação da produção industrial em setembro de 2008, um mês antes do início da queda e um momento considerado de alta, e julho de 2009, o último mês pesquisado pelo IBGE. Conforme ele, a indústria de transformação como um todo caiu 12% entre essas duas pontas. O segmento que mais sofreu foi o de bens de capital, que atualmente está produzindo 26% menos do que produzia em setembro de 2008.
Na opinião do economista, o governo atuou de acordo com o esperado: anunciou medidas de incremento, liberou crédito e reduziu a tributação, como o IPI de automóveis, eletrodomésticos e materiais de construção.

Conselho cria grupo para acompanhar obras de infraestrutura

O ex-governador do Estado Germano Rigotto informou ontem que o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) da Presidência da República, o chamado Conselhão, criou uma comissão para acompanhamento mais forte do andamento de obras de infraestrutura no País, integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Rigotto, que integra o organismo, justificou que a iniciativa é importante ante demandas para a Copa de 2014, exemplificou. “Queremos evitar atrasos”, definiu o ex-governador. Apesar de evitar o tema da sucessão estadual de 2010, Rigotto recomendou cuidado redobrado com as finanças do governo gaúcho e recomendou controle de gastos. 
Rigotto mostrou, em palestra à Sociedade de Engenharia do Estado (Sergs), as razões que explicam menor impacto da crise econômica no Brasil. Ele apontou como virtudes macroeconômicas: inflação sob controle, reservas de US$ 200 bilhões e sistema financeiro saneado e com recursos para emprestar (bancos públicos) e com forte regulamentação. Para o ex-governador, exportações e empregos sofreram mais com a turbulência. O último já mostra sinais claros de recuperação. Para o integrante do conselhão, o País já saiu da crise e se prepara para retomar o crescimento.
 “O Brasil e a China saíram fortalecidos”, demarcou o integrante do CDES. Outro fator que ajudou a atividade econômica brasileira foi o fato de o abalo financeiro ter ocorrido após dois anos - 2007 e 2008 - de expansão do Produto Interno Bruto (PIB). Para o palestrante, a ferida ainda a ser tratada é da falta de regras para a operação do sistema financeiro internacional. A prorrogação de desonerações fiscais, como a de eletrodomésticos e de materiais de construção, deve perder força na ótica federal. “A economia mais aquecida deixa o governo mais tranquilo sobre impacto da crise”, avaliou, indicando que há meta de recompor a arrecadação. “Será mais difícil convencer a área econômica”, preveniu Rigotto.
Já reformas como a tributária, uma cobrança do setor empresarial para reduzir custos de produção e melhorar a competitividade, não devem sair da mera intenção em 2010. “Se tivéssemos feito a reforma, antes teríamos enfrentado bem melhor a crise”, lamentou Rigotto. A baixa produção do Congresso Nacional e o debate do pré-sal são barreiras para gerar ambiente à mudança na área fiscal, elencou. “A reforma está abandonada, deixada de lado. No último ano de governo e da atual legislatura, é difícil que avance, apesar dos prejuízos para o País”, criticou.
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