Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

NEGÓCIOS CORPORATIVOS

- Publicada em 03 de Abril de 2012 às 00:00

Mundial acelera programa de restruturação


JOÃO MATTOS/JC
Jornal do Comércio
Até o final do primeiro semestre deste ano, o YA Global Investments BR, LLC, fundo de investimentos da Yorkville Advisors (de Nova Jersey, Estados Unidos), deve começar a efetuar os aportes financeiros previstos pelo acordo assinado em 14 de julho de 2011 com a Mundial S.A. O documento de Stand-by Equity Distribution Agreement (Seda) é um contrato de subscrição de ações com preço definido, que aguarda a conversão das ações preferenciais em ordinárias para ser executado.
Até o final do primeiro semestre deste ano, o YA Global Investments BR, LLC, fundo de investimentos da Yorkville Advisors (de Nova Jersey, Estados Unidos), deve começar a efetuar os aportes financeiros previstos pelo acordo assinado em 14 de julho de 2011 com a Mundial S.A. O documento de Stand-by Equity Distribution Agreement (Seda) é um contrato de subscrição de ações com preço definido, que aguarda a conversão das ações preferenciais em ordinárias para ser executado.
De acordo com contrato divulgado no ano passado, o fundo irá investir até US$ 50 milhões na empresa, ao longo de dois anos. O valor de cada aporte, feito a partir de emissões, será definido pela companhia e detalhado em comunicado ao mercado, explicou o superintendente e diretor de relações com investidores da empresa, Michael Ceitlin.
Na manhã de ontem, por teleconferência, o executivo apresentou ao mercado os resultados operacionais da Mundial S.A. ao longo de 2011. “Nosso objetivo é manter o crescimento, sustentação e a perpetuidade dos negócios e das atividades da companhia. Assim, a empresa direciona seus esforços para aderir ao Novo Mercado da BM&FBovespa, já tendo adaptado seu estatuto social às exigências desse segmento”, disse ele.
A conversão da totalidade das ações preferenciais da mundial foi feita na proporção de 0,8 ação ordinária por cada ação preferencial, conforme aprovação em assembleia geral feita em 19 de janeiro de 2012. Essa aprovação, afirmou Ceitlin, foi o resultado de um processo bastante difícil, feito em um ano em que a empresa obteve um resultado negativo de R$ 40,1 milhões - no ano anterior o lucro havia somado R$ 13 milhões.
A capitalização da companhia deve, segundo as projeções apresentadas pelo executivo, reverter a situação, impactada por dois eventos não recorrentes: a baixa dos créditos tributários no primeiro semestre, que somou R$ 5,6 milhões;  e a baixa do ágio pago na aquisição da Impala (empresa do segmento de beleza), no valor de R$ 13,36 milhões. Para o presidente da Mundial, sem esses fatores, a companhia teria alcançado uma redução das despesas ainda maior que os 3,6% registrados em 2011 (quando as despesas somaram R$ 99,4 milhões, frente aos R$ 103,1 milhões de 2010).
O executivo afirmou que o propósito de reduzir a dívida fiscal e adequar a estrutura de capital terão novos desdobramentos em 2012. A alienação judicial de dois imóveis não operacionais em Porto Alegre, anunciada em setembro do ano passado, quando a sede administrativa, no Passo d’Areia, foi vendida por R$ 35 milhões a uma empresa do setor imobiliário, deve se repetir com a venda de outros bens. O produto dessas vendas será destinado integralmente ao programa de amortização acelerada da dívida fiscal.
Ao comentar o desempenho de cada segmento trabalhado pela companhia, Ceitlin destacou que a divisão fashion (onde atua a marca Eberle Fashion, com a produção de botões e efeitos metálicos para as indústrias de confecção e calçados), que responde por 48% da receita, foi bastante afetada pela redução da demanda. Ainda assim, a receita líquida se manteve estável, em R$ 176,8 milhões.
Na divisão de Personal Care, que inclui a linha de esmaltes e cremes Impala, alicates, pinças e cortadores de unha, a receita líquida teve um recuo de 6,3%, ficando em 125,6 milhões, frente aos 133,9 obtidos em 2010. A divisão gourmet, que inclui talheres, baixelas e utensílios domésticos, tanto fabricados no Brasil pela Mundial quanto importados, aumentou sua participação na receita líquida global da companha. A fatia, que era de 7,9% em 2010, passou para 9% em 2011. Para 2012, o executivo aposta em um cenário mais otimista, com a redução de juros e a retomada do consumo interno, o que tem impacto direto nos produtos da empresa.

Lupatech cancela contratos com a Petrobras

Roberto Hunoff, de Caxias do Sul
A Lupatech, de Caxias do Sul, anunciou o cancelamento de dois contratos de prestação de serviços com a Petrobras, avaliados em US$ 779 milhões, e que seriam cumpridos no prazo de cinco anos em áreas de concessão da estatal em águas territoriais brasileiras. Conforme fato relevante divulgado pela empresa, a rescisão integra o processo de reestruturação da companhia e considerou as necessidades de investimentos, orçados em US$ 100 milhões, para atender aos contratos. A diretoria esteve reunida durante toda esta segunda-feira no Rio de Janeiro tratando desta reorganização e preparando a teleconferência de apresentação dos resultados marcada para quarta-feira, 4 de abril.
Os contratos firmados em 7 de junho de 2010 envolviam a prestação de serviços especializados em águas profundas relacionados à intervenção e recuperação de poços e afretamento de plataformas semisubmersíveis. O início da prestação dos serviços estava previsto para o segundo semestre de 2012. Na nota que enviou à Bolsa de Valores, a diretoria sustenta que a rescisão foi feita em comum acordo, sem ônus para qualquer das partes.
Sem estes contratos com a Petrobras, a carteira de pedidos firmes da Lupatech caiu para pouco mais de R$ 935 milhões. Em dezembro passado estavam estimados em mais de R$ 2,3 bilhões. De acordo com a nota oficial, a consolidação desta carteira ocorrerá no longo prazo e apenas R$ 278 milhões estão projetados para os próximos 12 meses.
No final de 2011, as ações da Lupatech apresentaram forte desvalorização diante de temores de insolvência da empresa. Em 29 de dezembro, a diretoria anunciou que negociava aumento de capital de R$ 700 milhões como parte de um plano para fortalecer a estrutura financeira, e que inclui a incorporação pela empresa da San Antonio Brasil, da GP Investments. 
Nesta segunda-feira, 2 de abril, a Lupatech liberou o resultado econômico e financeiro do exercício de 2011. A receita líquida consolidada cresceu 11%, para R$ 574 milhões, com destaque para os negócios de cabos de ancoragem, oifield services, revestimentos de tubulações, e equipamentos de completação e sensores.
Embora a expansão na receita, a empresa voltou a apresentar prejuízo elevado, desta vez de R$ 241,9 milhões, influenciado principalmente pelo resultado financeiro negativo de quase R$ 199 milhões. Só em juros a despesa da Lupatech ficou perto de R$ 158 milhões. Com este resultado, o endividamento da companhia apresentou alta de 24%, atingindo perto de R$ 1,3 bilhão no final de dezembro. Do total, 53% são dívidas de curto prazo, como linhas de financiamento e juros, e debêntures conversíveis, com vencimentos nos próximos 12 meses.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO