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Histórias do Comércio e dos Serviços

- Publicada em 19 de Março de 2012 às 00:00

Copacabana presencia a história gaúcha ser feita


ANTONIO PAZ/JC
Jornal do Comércio
Se falassem, as mesas do restaurante Copacabana contariam parte importante da história do Rio Grande do Sul. Há 73 anos, naquele espaço localizado no bairro Cidade Baixa, escritores fazem debates acalorados, políticos tomam decisões importantes, empresários realizam rodadas de negociações e dirigentes da dupla Grenal discutem o cotidiano de seus times. Todos eles empunhando garfo e faca, acompanhados de pratos preenchidos com especiarias da cozinha italiana. Em um nicho gastronômico repleto de concorrentes, o Copa, como é carinhosamente chamado, demonstra que é possível disputar o mercado mesmo em um negócio familiar.
Se falassem, as mesas do restaurante Copacabana contariam parte importante da história do Rio Grande do Sul. Há 73 anos, naquele espaço localizado no bairro Cidade Baixa, escritores fazem debates acalorados, políticos tomam decisões importantes, empresários realizam rodadas de negociações e dirigentes da dupla Grenal discutem o cotidiano de seus times. Todos eles empunhando garfo e faca, acompanhados de pratos preenchidos com especiarias da cozinha italiana. Em um nicho gastronômico repleto de concorrentes, o Copa, como é carinhosamente chamado, demonstra que é possível disputar o mercado mesmo em um negócio familiar.
“Aqui misturamos paixão pela etnia, pela gastronomia e pelo profissionalismo. Continuamos competitivos, mesmo nos deparando com grandes redes”, destaca Marcelo Sanzi, 32 anos, um dos atuais sócios do Copa. A história do estabelecimento, no entanto, não começou com a família Sanzi. Os fundadores foram os irmãos Francesco e Leonardo Vitola, que, em 1939, compraram um negócio que compreendia bar, mercadinho e restaurante.
Em 1949, Francesco Spina, outro imigrante italiano, entrou para a sociedade. Quatro anos mais tarde, Biagio Sanzi também passou a integrar o grupo. Biagio fez o trajeto Itália-Brasil em 1945, quando a Europa vivenciava o desfecho da Segunda Guerra Mundial. Após o falecimento de Leonardo Vitola, em 1968, Sanzi e Spina assumiram a linha de frente do estabelecimento. Mesmo assim, a família Vitola permaneceu na sociedade. A partir daí, o foco passou a ser exclusivamente a comida italiana, especialmente a da região sul daquele país.
Com a nova estratégia, o Copacabana começou a ganhar reconhecimento na cidade. A partir dos anos 1960, houve a consolidação definitiva no ramo. Prefeitos, governadores, presidentes, atletas, músicos e escritores começaram a frequentar o local. Antes a presença de desses personagens já existia, mas sem tanta intensidade. Marcelo, neto de Biagio, cresceu ouvindo contos sobre situações emblemáticas vivenciadas no local, como o dia em que Lupicínio Rodrigues compôs o hino do Grêmio em um pedaço de guardanapo do Copa.
Há quatro anos administrado exclusivamente pela família Sanzi, o ponto em frente à praça Garibaldi se eternizou entre os porto-alegrenses. Mesmo com o assédio de investidores, a meta é não se desfazer do empreendimento, acatando a uma vontade de Biagio, que faleceu em 2009. “O Copacabana foi a vida do vô, então prometemos para ele que a gente deixaria o negócio na família por muito tempo mais”, diz Marcelo, que trabalha no ambiente há 15 anos e atua como administrador, ao lado da irmã Melissa, há sete.
Com os clientes cada vez mais exigentes, o Copacabana investe na busca constante por aperfeiçoamento, seja incorporando novos pratos, melhorando a qualidade dos produtos ou ampliando as opções na carta de vinhos.
Tudo isso para satisfazer os consumidores. Esforço recompensado pela identificação que muitas pessoas criaram com o Copa. “Tem cliente que chega aqui emocionado, falando como esse lugar marcou sua vida. Nisso a gente vê a importância de um lugar se perpetuar, fazer parte da história. São poucos restaurantes que conseguem isso no Brasil”, menciona. A identificação com o local não se restringe apenas aos frequentadores. Entre os 49 funcionários, alguns deles trabalham há mais de 40 anos como garçons ou gerentes.

Cuidado com a administração garante a longevidade

Mesmo tendo um caráter de empresa familiar, o restaurante Copacabana recorre à gestão profissionalizada para se manter ativo no mercado. Nos últimos anos, os processos de administração foram repaginados. Isso permitiu que o número de clientes aumentasse substancialmente. Como consequência, o faturamento igualmente se expandiu.
Em 2011, o estabelecimento arrecadou cerca de R$ 1,8 milhão, volume de 60% a 70% maior em relação ao início da década de 2000. Hoje, a média de crescimento é de 10% ao ano. Esse salto começou a ser impulsionado pela ampliação do espaço. Na última reforma, em 2006, foi construído um novo salão de eventos, de dois andares.
“Como qualquer empresa, temos reuniões e amostras de balanço, por exemplo. Dos quatro sócios, eu e minha irmã fomos designados para fazer parte da administração. Meu pai e minha tia fazem parte da sociedade, mas apenas como investidores”, explica o sócio Marcelo Sanzi, que cursou sete semestres de Administração de Empresas na Ufrgs.
A interação entre clientes e proprietários na hora da refeição é tida como outro elemento para o sucesso do negócio. “Esse é um trabalho que só a gestão familiar proporciona. Acompanhar junto ao cliente a opinião dele sobre a comida é uma ferramenta importante para controlar o desenvolvimento da gestão”, acredita.
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