Deputados aprovam mudança nas promoções da Brigada

O líder do governo no Parlamento, deputado Valdeci Oliveira (PT), acredita que a corporação vai ficar “mais arejada”, porque a proposta aumenta o número de servidores avaliados.

Por outro lado, o presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar (Asofbm), coronel José Carlos Riccardi Guimarães, entende que o projeto fere a segurança pública estadual e estaria desmoralizando a crença dos oficiais na instituição governo do Estado, que teria “patrolado” o Parlamento gaúcho. Integrantes da BM estiveram nas galerias para protestar.

Ao comentar a posição da base aliada, Riccardi afirmou que muitos deputados votaram contra a vontade pessoal. “Parece que alguns parlamentares estão lobotomizados e só fazem o que o governo quer, porque muitos me disseram que estavam contra o artigo que multiplica em 450% os critérios subjetivos e que faz com que um curso de pós-graduação valha 1,5 ponto, enquanto uma avaliação subjetiva possa valer 18 pontos”, comparou.

As discussões sobre a proposta, que era a terceira das 24 matérias a serem votadas na ordem do dia, começaram logo após o grande expediente, às 14h45min, e se estendiam para além das 18h. Às 18h15min, depois de três horas e meia de debates, Valdeci apresentou um requerimento pedindo prioridade de votação para o projeto. O requerimento foi aprovado por 29 a zero, excluindo a possibilidade de as emendas apresentadas pela oposição serem votadas.

Pouco antes, enquanto alguns parlamentares da base tomavam um cafezinho ou davam entrevistas no Salão Júlio de Castilhos, contíguo ao plenário, Paulo Odone (PPS) pediu que o requerimento fosse retirado pelo líder do governo.

Diante da negativa de Valdeci, Odone pediu verificação de quórum, gerando uma correria em direção ao plenário. O artifício já havia sido usado por João Fischer (PP), no meio da tarde, gerando corre-corre de assessores para chamar os deputados governistas.

Depois da aprovação do requerimento de prioridade, as discussões foram encerradas e a votação foi iniciada, resultando na aprovação do projeto. “A oposição ia ficar até as 8h de amanhã (hoje) discutindo para protelar a votação. Tínhamos vários projetos importantes, como o salário-mínimo regional, para serem apreciados”, argumentou Valdeci.

Por isso, um dos únicos deputados da base aliada a subir na tribuna foi Raul Pont (PT), que avaliou que os argumentos da oposição sobre a subjetividade dos critérios para promoções não era objetiva nem racional. Pont disse que o projeto tem origem administrativa e que amplia as promoções.