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RELAÇÕES INTERNACIONAIS

- Publicada em 25 de Setembro de 2009 às 00:00

Europa resiste em dar espaço a emergentes


Scott Olson - AFP/JC
Jornal do Comércio
O Brasil poderá sair frustrado se o comunicado da cúpula do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) não transferir pelo menos 5% das cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI) dos países ricos para os emergentes. Os negociadores estão trancados no centro de convenções David Lawrence alinhavando os últimos detalhes do comunicado que será debatido nesta sexta-feira pelos chefes de Estado e ministros da Fazenda. No rascunho que estava sendo negociado, os países concordavam inicialmente em transferir “pelo menos” 5% para as nações “dinâmicas”. Mas no meio da negociação, os países “se retraíram”, disse Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Os negociadores se retraíram, os europeus estão fazendo cara de paisagem.”

O Brasil poderá sair frustrado se o comunicado da cúpula do Grupo dos 20 (G-20, que reúne as nações mais industrializadas e as principais potências emergentes do mundo) não transferir pelo menos 5% das cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI) dos países ricos para os emergentes. Os negociadores estão trancados no centro de convenções David Lawrence alinhavando os últimos detalhes do comunicado que será debatido nesta sexta-feira pelos chefes de Estado e ministros da Fazenda. No rascunho que estava sendo negociado, os países concordavam inicialmente em transferir “pelo menos” 5% para as nações “dinâmicas”. Mas no meio da negociação, os países “se retraíram”, disse Marco Aurélio Garcia, assessor internacional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Os negociadores se retraíram, os europeus estão fazendo cara de paisagem.”

Segundo Garcia, os europeus começaram a querer reorientar as cotas só entre sub-representados e sobrerrepresentados, em vez de passar participação dos desenvolvidos para os emergentes, o que não reformaria a governança de forma a repassar 5% das cotas para os emergentes. Bélgica, Dinamarca e Suíça perderiam parte de seu poder na instituição na proposta do rascunho, mas não há garantia de que esse rascunho será aprovado.

Os Estados Unidos são grandes defensores da reforma (também porque não teriam de abrir mão de quase nada) e entraram em choque com o Reino Unido, Alemanha e França, que precisariam abrir mão de assentos no conselho do FMI. Os europeus passaram a pressionar os EUA para abrir mão de seu poder de veto na instituição.

“Apoiamos uma transferência de pelo menos 5% nas cotas dos países sobrerrepresentados para os emergentes e os em desenvolvimento dinâmicos sub-representados na próxima revisão de cotas, a ser completada em janeiro de 2011”, dizia o rascunho em discussão, que ainda enfrentava resistência.

Os países do Bric (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China) querem a transferência de 7% das cotas dos países desenvolvidos no FMI para os emergentes e 6% da participação no Banco Mundial - ou seja, um pouco mais do que está sendo oferecido no rascunho. O principal alvo é a participação dos europeus, que estão “sobrerrepresentados” no fundo em relação a seu peso na economia mundial - os EUA estão relativamente equilibrados. O Bric pede também o fim da dobradinha EUA-Europa no comando do FMI e do Banco Mundial.

Os EUA já decidiram apoiar a transferência de 5% das cotas. Mas os europeus, principalmente países menores como a Bélgica, insistem em apenas 3%.

Apesar de as instituições poderem completar as reformas no Banco Mundial até meados de 2010 e do FMI até janeiro de 2011, o Brasil quer um número especifico agora, disse Garcia. “Precisamos lidar com a crise atual já com as instituições reformadas”, afirmou ele.

O presidente Lula apresentará ao G-20 um comunicado assinado por 88 países em desenvolvimento com pleitos relacionados à Rodada de Doha, da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou o embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Antonio Patriota. A mensagem incluirá um posicionamento contra a escalada do protecionismo.

Em entrevista a jornalistas em Pittsburgh, onde está para o encontro de cúpula do G-20, o embaixador pondera que o conteúdo da mensagem aponta bases concretas para que a rodada seja retomada e concluída. A entrega do comunicado está prevista para o almoço oficial dos chefes de Estado e de governo, na sexta-feira.

Uma manifestação sem autorização, realizada em Pittsburgh em protesto contra a reunião do G-20 saiu do controle. Os manifestantes jogaram lixeiras contra a polícia, que revidou com bombas de gás lacrimogêneo. Alguns manifestantes também usaram estruturas de madeira e aço ondulado para bloquear ruas. A manifestação não foi autorizada e a polícia declarou o ato como uma reunião ilegal.

Várias centenas de manifestantes, a maioria criticando o capitalismo, tentou chegar ao local da reunião do G-20. O grupo manteve a caminhada, mas disperso em agrupamentos menores, depois do confronto com a polícia.

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