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Desenvolvimento

- Publicada em 15 de Dezembro de 2011 às 00:00

PIB per capita de Triunfo é o terceiro maior do Brasil


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 para os municípios do Rio Grande do Sul mostraram que a geração de riqueza no Estado permanece concentrada. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), que depurou os dados do IBGE, 69,5% do PIB foi gerado em 40 cidades e os 50 maiores municípios do Estado são responsáveis por 72,9% da produção. O crescimento médio foi de 8,21%.
Os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 para os municípios do Rio Grande do Sul mostraram que a geração de riqueza no Estado permanece concentrada. Segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE), que depurou os dados do IBGE, 69,5% do PIB foi gerado em 40 cidades e os 50 maiores municípios do Estado são responsáveis por 72,9% da produção. O crescimento médio foi de 8,21%.
"Quando fizemos a avaliação comparativa, usando dados de 1999 como base, percebemos que a desconcentração foi muito leve. Por isso, podemos dizer que existe sim uma tendência de desconcentração, mas é bastante lenta", pontuou o economista Jefferson Augusto Colombo, que apresentou o estudo, que é sempre divulgado com dois anos de defasagem.
A estatística da FEE apresenta as dez maiores concentrações de PIB per capita no Estado, liderada por Triunfo (R$ 211.965,00), seguida de Pinhal da Serra, Garruchos, Canoas, Aratiba, Fazenda Vilanova, Nova Araçá, Muitos Capões, Nova Bassano e Santa Cruz do Sul. A principal razão para municípios de pequena população predominarem neste índice é a localização de indústrias ou projetos energéticos nestas cidades. No caso de Triunfo, o polo petroquímico responde pela maior parte da riqueza da cidade. Triunfo é também o terceiro maior PIB per capita do Brasil, atrás de São Francisco do Conde (BA) e Porto Real (RJ). Já os menores no Estado são Alvorada (R$ 5.553,00), Caraá (R$ 5.714,00) e Ametista do Sul (R$ 6.262,00). O PIB per capta médio no Estado é de R$ 19.778,00.
Segundo a FEE, os números de 2009 refletem os efeitos da crise internacional de 2008, tanto nos municípios que tiveram queda na geração de riqueza (como os de base industrial e os produtores de soja), quanto naqueles que, por fusões entre empresas motivadas pela instabilidade obtiveram ganhos expressivos. É o caso de Guaíba, onde foram fundidas duas empresas de celulose para formar a Fibria (hoje CMPC Celulose Riograndense), e de Marau, onde a criação da Brasil Foods ampliou o PIB do município.
Entretanto, a pesquisa mostrou que as maiores variações positivas no PIB foram ocasionadas por questões pontuais. A primeira e a terceira cidades nesse ranking são da região dos Campos de Cima da Serra. Em São José dos Ausentes, onde o PIB cresceu 63,5%, e em Bom Jesus, onde o índice cresceu 46,1%, a justificativa foi a boa safra e a alta nos preços da maçã e da batata inglesa. Fazenda Vilanova (2ª) e Barão (9ª) receberam investimentos industriais, Cotiporã (4ª), Tupandi (6ª), Garruchos (7ª) e Aratiba (8ª) tiveram um aumento de royalties da geração de energia hidrelétrica. Já Sentinela do Sul (5ª) e Aceguá (10ª) tiveram a variação puxada pela produção de arroz.
As variações negativas mais acentuadas estão relacionadas à produção de soja, que em 2009 também foi afetada por questões climáticas. A maior queda, porém, foi em Porto Xavier, na fronteira com a Argentina. Lá, a redução no PIB foi atrelada à queda na atividade portuária. Já em Uruguaiana, a interrupção no fornecimento de gás natural pela Argentina para a AES provocou cortes que levaram o PIB do município a variar negativamente.
"Verificamos números negativos também em Rio Grande, mas nesse caso se deve apenas à base de comparação: 2008 foi um ano de grandes investimentos no Polo Naval que formaram uma base muito elevada. Apesar da aparente queda, o ano foi bom para a cidade, que vem ganhando participação no PIB do Estado", disse o economista.
O levantamento mostrou, ainda, que o motor da economia de 315 municípios (63,51%) é o setor de serviços, onde se destacam a administração pública e o comércio: 41 (8,27%) dependem do desempenho da indústria e 140 (28,23%) são focados em atividades agropecuárias. A FEE constatou que 26,41% dos municípios (131 cidades) registraram queda no PIB em 2009, com variações negativas entre 39,14% e zero. O crescimento até 8,21%, que foi a média do Estado, aconteceu em 280 cidades, ou 56,45% do total. As outras 216 localidades gaúchas cresceram entre 8,22% e 63,49%. As regiões que mais cresceram foram o Vale do Rio Pardo, Hortênsias e Campos de Cima da Serra.
O secretário do Planejamento, Gestão e Participação Cidadã, João Motta, afirmou durante a apresentação da pesquisa que o grande volume de dados apontados pela FEE reduz as chances de erro das políticas públicas, que retomam a agenda do crescimento e focam nas políticas sociais.

Cinco cidades respondem por 25% do Produto Interno Bruto do País

O nível de concentração de riqueza do País continua elevado. Em 2009, apenas cinco municípios - São Paulo (12%), Rio de Janeiro (5,4%), Brasília (4,1%), Curitiba (1,4%) e Belo Horizonte (1,4%) - geram quase 25% do PIB do Brasil. Juntos, representavam 12,6% da população nacional. Mas já foi pior. Em 1999, Rio e São Paulo respondiam por quase 25% da riqueza nacional.
Por outro lado, 1.302 cidades responderam por até 1% do PIB de 2009. Segundo o IBGE, a méd ia do PIB dos 10% dos municípios com maior riqueza geraram 95,4 vezes mais renda do que a média do PIB dos 60% municípios com menor PIB. "Em 2009, as capitais aumentaram sua participação, elevando a concentração. Mas outros cortes mostram que a concentração vem, ao longo dos anos, se reduzindo", disse Sheila Zani, coordenadora do levantamento do IBGE. Naquele ano, as capitais brasileiras representavam 34,7% da renda nacional, sendo que a região Norte detinha 2,4% do PIB, e a Sudeste 19,4%.
A queda nos preços internacionais das commodities, como o petróleo e o minério de ferro, afetou o desempenho da economia de municípios cujas principais atividades estão intimamente relacionadas a esses produtos, segundo dados do Produto Interno Bruto dos Municípios 2005/2009, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Em 2009, o País ainda estava influenciado pela crise global que começou em 2008, e a gente vê que o que impactou a economia foram, principalmente, os preços internacionais das commodities", afirmou Sheila Zani, gerente da pesquisa.
O impacto foi maior sobre a economia dos municípios de Campos dos Goytacazes (RJ), que caiu de 1% de participação no PIB nacional em 2008 para 0,6% em 2009, e Vitória (ES), que passou de 0,8% para 0,6%. O desempenho econômico do município fluminense foi causado pela queda no preço do barril de petróleo.
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