Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Colunas#A voz do Pastor

Coluna

- Publicada em 08 de Dezembro de 2011 às 00:00

A revolução cosmológica


Jornal do Comércio
O ser humano situa-se espontaneamente no universo, a partir de seu ponto de observação, que é a Terra. Ptolomeu tentou traduzir esta visão popular de modo sistemático em uma concepção geral do universo. Colocou, como era natural, a Terra no centro. Fez girar ao seu redor o sol e a lua. Depois colocou os planetas e, por fim, uma esfera de estrelas, que considerava fixas, tudo em movimento circular, diário, bem sincronizado.
O ser humano situa-se espontaneamente no universo, a partir de seu ponto de observação, que é a Terra. Ptolomeu tentou traduzir esta visão popular de modo sistemático em uma concepção geral do universo. Colocou, como era natural, a Terra no centro. Fez girar ao seu redor o sol e a lua. Depois colocou os planetas e, por fim, uma esfera de estrelas, que considerava fixas, tudo em movimento circular, diário, bem sincronizado.
Diversos autores antigos tentaram calcular o número das esferas motoras para os diversos astros. Chegaram a  nada menos de 55, para explicar o movimento astral em torno da Terra. O sistema ptolomaico constituiu-se a explicação abalizada e oficial por mais de 1.500 anos, até que Copérnico invertesse o esquema. Colocou o sol no centro. Passou, assim, da concepção geocêntrica de Ptolomeu para o heliocentrismo.
Copérnico, um cônego da Igreja Católica, em 1543, publicou o livro intitulado “De Revolutionibus”. A revolução astronômica tem seus protagonistas, em primeiro lugar, nele, depois, em Tychio Brahe, Kepler e Galileu. O primeiro pôs o sol, em lugar da Terra, no centro do universo; o segundo, mesmo sendo anticopernicano, eliminou as esferas materiais, pela  ideia moderna das órbitas; o terceiro sistematiza matematicamente o sistema copernicano e transforma o movimento circular em elíptico; e o quarto elimina a distinção entre física terrestre e celeste. Formula o princípio da inércia. Por fim, Newton unifica a física de Galileu  e de Kepler, com a teoria gravitacional.
O debate cosmológico galvanizou a opinião pública do século XVI. Desafiava não só a concepção ptolomaica do geocentrismo, como também toda a visão popular do universo. Era, por assim dizer, a ruptura entre conhecimento comum e conhecimento científico. O primeiro a dar consistência à vida, com a firmeza da Terra, firme e estável, e o segundo a tirar literalmente a terra de debaixo dos pés.
Diante desta nova concepção, a vida parecia correr perigo. Se a terra gira, na velocidade preconizada, poderia despencar. Não ostentaria  a firmeza de outrora. Diante das incertezas da vida, houve gente que chegou a se suicidar. O mundo virara às avessas.
Não foi só a teologia  e a filosofia que se defrontaram com a nova concepção. A grande maioria da população negou-se a acreditar nas ciências novas. Julgava-as um desvario. Argumentava-se que se, nesta hipótese, um passarinho levantasse voo, nunca mais conseguiria retornar ao ponto de partida, que se teria afastado numa velocidade muito acima de suas possibilidades de voo.
Ainda não serenara plenamente o temporal copernicano, dois séculos depois, Laplace vinha com nova teoria, falando de um universo em expansão. Surge a hipótese do Big Bang. Copérnico  deslocara o centro da terra para o sol. Laplace elimina a própria hipótese de centralização. Proclama o caos, resultado de uma estrondosa explosão universal. Voltaremos a falar deste assunto para situar-nos corretamente neste novo contexto.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO