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Recursos Humanos

- Publicada em 05 de Dezembro de 2011 às 00:00

Nos embalos da festa da empresa


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
O Grupo Villela dobrou de tamanho em 2011. E quer crescer mais no ramo de consultoria jurídica empresarial em 2012. Tudo pede uma festa de fim de ano da empresa de arromba. Só que o lema será moderação. Para evitar gafes do passado, a diretora de marketing do escritório, Jeruza Villela, estipulou regras rígidas. Ritmos musicais como axé, samba e funk foram banidos. A roupa será traje passeio completo. Convidado do convidado só se for esposa, marido e namorado ou namorada firmes. Confirmar a presença tem data: até o dia 9. O evento, que ocupará um dos clubes mais badalados de Porto Alegre, tem ainda hora exata para começar e terminar.
O Grupo Villela dobrou de tamanho em 2011. E quer crescer mais no ramo de consultoria jurídica empresarial em 2012. Tudo pede uma festa de fim de ano da empresa de arromba. Só que o lema será moderação. Para evitar gafes do passado, a diretora de marketing do escritório, Jeruza Villela, estipulou regras rígidas. Ritmos musicais como axé, samba e funk foram banidos. A roupa será traje passeio completo. Convidado do convidado só se for esposa, marido e namorado ou namorada firmes. Confirmar a presença tem data: até o dia 9. O evento, que ocupará um dos clubes mais badalados de Porto Alegre, tem ainda hora exata para começar e terminar.
Jeruza parece ter feito um cursinho de etiqueta de confraternização da firma. O que pode soar como exagero, a diretora de marketing, refuta: “Não é festa de aniversário ou casamento, é da empresa. Tem de respeitar certas condutas. Quero evitar problemas que já tivemos em anos anteriores.” Experts nas regras de comportamento em eventos corporativos dariam nota dez a Jeruza, que tenta conscientizar os 90 empregados a compartilhar o carro na volta para casa.
Por isso, o web designer Marcio Ayres passou a ser disputado. “Como não bebo, já estão me requisitando”, desvenda o assessor. Tudo está dentro dos planos da direção, que programou até entrega do Kikito Villela aos destaques do ano. “Destilado está fora do cardápio, e de espumante será uma ou duas taças no máximo”, arquiteta a promoter de temporada, que orientará garçons a interromper a bebida para quem dar sinais de ter ultrapassado os limites.
No escritório gaúcho da consultoria Ernest&Young, o sócio-auditor Américo Franklin Ferreira Neto conta que foi enviado memorando à equipe de 120 pessoas alertando sobre cuidados. “Haverá condução para quem não quiser ir com seu carro”, cita Neto. O executivo lembra que a atitude na festa, exclusiva à equipe, segue código assimilado desde o ingresso na empresa. “Todos sabem o que devem vestir. Não é para ser formal. Quem beber um pouco mais, os colegas pedem para dar uma seguradinha.”
O conselho infalível é não destoar do que é padrão de conduta na rotina de trabalho, previnem especialistas e gestores de empresas. “Mas tudo dependerá do perfil da empresa, se é mais conservadora, informal ou flexível. Há diretores que aproveitam o encontro para delimitar atitudes que esperam dos empregados no restante do ano”, observa Margarida Müller, que organiza eventos sociais e corporativos.
Para quem considera dispensável confirmar presença, Margarida avisa. “Isso ajuda os organizadores a dimensionar a estrutura. Hoje 50% dos convidados confirmam com antecedência.” Ser pontual é outra dica unânime. “Festas de fim de ano das empresas estão mais comedidas.
Reduz-se o tempo e serve-se menos álcool. Uma prevenção a momentos embaraços”, observa Ana Cássia Hennrich, jornalista e consultora em etiqueta corporativa. Coordenadora do projeto SER do Senac-RS, Ana Paula Cadore, justifica que os cuidados são necessários. “Não faça nada de que vá se arrepender. A relação profissional deve continuar depois da festa”, reforça Ana.
Há mais de dez anos no ramo, Lucinara Bressan Langhanz garante que tanta cautela não ameaça a diversão. “Este tipo de festa é sempre uma bomba-relógio pronta a explodir. O momento é de descontração sim, mas que não pode ser confundido com vale tudo.” Elementos visuais, como vídeos e fotografias dos feitos do ano e luzes especiais, além de cardápio de coquetéis sem álcool podem aguçar os sentidos e embalar a animação, acrescenta Margarida.

Medidas vão da lei seca à festa em família

Não vai ter bebida alcoólica na confraternização de fim de ano da HTMicron, joint venture de coreanos e gaúchos com sede no Parque Tecnológica da Unisinos. A gerente de recursos humanos da empresa, Débora Rosa, diz que resolveu entrar na onda da responsabilidade social, atenta à maior fiscalização da lei seca nas estradas. Também será um evento comedido, marcado para após o dia de trabalho e sem familiares. “A empresa é muito nova. Não podemos forçar uma intimidade”, avalia Débora.
Com quase 2 mil funcionários somente na operação da Capital, Clarice Martins Costa, diretora de RH das Lojas Renner, aposta no formato da programação em família e em um local fora da cidade. O grupo passa o dia no ambiente, favorável a banhos de rio e piqueniques. Não há restrição a roupas de banho nem a levar bebida alcoólica. “Todos têm noção dos limites, que seguem a cultura e as regras do dia a dia de trabalho”, garante Clarice. Até porque, lembra a diretora, a alta direção comparece e passa o dia no local.
A Pricewaterhouse&Coopers (Pwc) passa orientações sobre as confraternizações no código de conduta. Vale para a roupa, que não pode incluir decotes mais ousados e saias curtas, no caso das mulheres. A supervisora administrativa do escritório em Porto Alegre, Magda Louzada, destaca que as regras não mudam só porque é uma festa.

Liberdade total é o lema na W3Haus

Carolina diz que clima de diversão já é parte do dia a dia na corporação.ANTONIO PAZ/JC

Na agência digital porto-alegrense W3Haus é proibido proibir. O jargão dos anos de 1970 combina com os 90 funcionários com média de 24 anos. A gerente de novos negócios e de marketing, Carolina Palma, que organiza o festejo e sempre guarda a sete chaves o repertório do evento, explica que a confraternização segue o que já é aceito como regra no ambiente de trabalho. Roupas despojadas e muita cor em tudo.
O funk é mais que liberado e é a trilha sonora do vídeo-convite postado no YouTube para a festa. “O clima de diversão e amizade já é nosso dia a dia. Tem maior liberdade, mas com responsabilidade”, resume a gerente, com 27 anos. Ela lembra que é rotina o happy hour, após a jornada de trabalho, ser feito na sede da empresa, no bairro Moinhos de Vento, com descontração. Restrições não funcionam.
A criatividade é incentivada o tempo todo. Carolina conta que o tema do evento deste ano será justamente Bons Drinks, com bebida liberada, mas previne que estão incentivando a equipe a adotar táxi e carona solidária na volta para casa. A animação será feita pela banda formada por integrantes da W3Haus, neste caso a W3Band.

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