Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Igreja Católica

- Publicada em 01 de Novembro de 2011 às 00:00

Condenado em ação, dom Dadeus faz críticas ao Judiciário


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
O Judiciário brasileiro foi alvo de críticas por parte do arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, nesta segunda-feira durante entrevista coletiva na Catedral Metropolitana. O religioso e a Diocese de São João da Boa Vista, em Mogi Guaçu (SP), foram condenados a pagar uma indenização de R$ 940 mil por danos morais contra uma família da cidade. O processo tramitou por 16 anos e a condenação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 21 de outubro. O religioso terá que pagar cerca de R$ 500 mil. O restante do valor será pago pela diocese paulista.
O Judiciário brasileiro foi alvo de críticas por parte do arcebispo de Porto Alegre, dom Dadeus Grings, nesta segunda-feira durante entrevista coletiva na Catedral Metropolitana. O religioso e a Diocese de São João da Boa Vista, em Mogi Guaçu (SP), foram condenados a pagar uma indenização de R$ 940 mil por danos morais contra uma família da cidade. O processo tramitou por 16 anos e a condenação foi divulgada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo no dia 21 de outubro. O religioso terá que pagar cerca de R$ 500 mil. O restante do valor será pago pela diocese paulista.
O processo foi movido em 1993 por uma família de Moji Guaçu em função da ocupação de uma propriedade de terras pertencente à família. Na época, Grings, que foi bispo de 1991 a 2000, escreveu artigos criticando a postura dos proprietários e defendendo a prefeitura do município. O religioso explica que a família entregou a ele, na Igreja da Imaculada, uma carta declarando-se atingida pelas suas manifestações.
Na resposta, o arcebispo teria utilizado a expressão "não me deixavam a impressão de lisura", o que segundo o religioso, foi usada pelos advogados para mover o processo contra ele. De acordo com o arcebispo, não há mais possibilidade de recurso em instâncias superiores.
Em um dos trechos do documento Judiciário Invade Jurisdição da Igreja, Grings afirma que o problema da corrupção no Brasil tem sua base no Poder Judiciário. "Todos sabem disso, mas poucos têm coragem de denunciá-lo. Nossa presidente começou a faxina no Poder Executivo. Quando será a vez do Judiciário, onde o problema é muito grave?", questiona.
De acordo com o arcebispo, "o Judiciário brasileiro quer silenciar a voz da Igreja Católica frente ao bem comum, como tenta com a imprensa, para acobertar a corrupção no País". "Não vou pagar este valor. Se quiserem me prender estou às ordens. Só assim o mundo saberá quanto o nosso Judiciário é corrupto e arbitrário", acrescenta.
Em nota oficial, a Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) afirma que a prática adotada pelo arcebispo está cada vez mais disseminada no Brasil, notadamente quando o Judiciário decide em desfavor de segmentos que desfrutam de poder diferenciado na sociedade.
É necessário que a "cidadania perceba que um País, para ser substancialmente democrático, deve contar com um Poder Judiciário laico, imparcial e independente. Não podemos admitir que qualquer religioso, em nome de sua crença, insulte pessoas e instituições de forma arbitrária, numa quase retrospectiva da inquisição medieval".
A instituição afirma que sempre exigirá pronta apuração de qualquer irregularidade no Poder Judiciário, mas não admitirá a ofensa generalizada e irresponsável, de qualquer autoridade, simplesmente pelo fato de ter seus interesses contrariados por decisão judicial.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO