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Colunas#A voz do Pastor

Coluna

- Publicada em 11 de Agosto de 2011 às 00:00

A guerra dos 10 anos


Jornal do Comércio
A história humana registra duas guerras pelo número de anos: a guerra dos 100 anos entre a Inglaterra e a França, na Idade Média, e a guerra dos 30 anos entre católicos e protestantes, na Idade Moderna. O século XX começou a designar pelo número ordinal as duas guerras que o ensanguentaram em plano mundial: Primeira e Segunda Guerras.
A história humana registra duas guerras pelo número de anos: a guerra dos 100 anos entre a Inglaterra e a França, na Idade Média, e a guerra dos 30 anos entre católicos e protestantes, na Idade Moderna. O século XX começou a designar pelo número ordinal as duas guerras que o ensanguentaram em plano mundial: Primeira e Segunda Guerras.
O século XXI se inicia com uma Terceira Guerra Mundial, que podemos denominar de guerra dos 10 anos. Configura-se em novos moldes tanto técnicos como ideológicos. Tem como protagonistas os Estados Unidos, com seus aliados, de um lado, e as novas forças ocultas do outro.
Se a história nos ensina alguma coisa, como mestra da vida, é preciso reconhecer que a mentalidade bélica continua inalterada. Os antigos romanos cunharam o infausto aforismo: “se queres a paz prepara a guerra”. Por isso, sempre preparando guerra os homens sempre a travaram. Tito Lívio intuiu sua natureza ao perceber que a guerra se nutre a si mesma. Goebbels, do nazismo, em l940, falava de uma guerra preventiva para justificar os bombardeios sobre Londres e o ataque à Rússia. George Bush, em 2002, serviu-se da mesma terminologia, transposta para o século XXI, para “suas bombas inteligentes” no conflito do Golfo.
Após cada guerra, diante das destruições, as mortes e as consequências funestas, que tornaram os povos repletos de ódio uns contra os outros, se garante “nunca mais” A guerra dos 100 anos selou uma inimizade implacável entre ingleses e franceses por vários séculos; a guerra dos 30 anos dividiu ferrenhamente católicos e protestantes; as guerras mundiais, fazendo eco ao ódio disseminado entre os povos franco-germânicos deslocou a  inimizade anglo-francesa para dentro do continente. Perdurou até que estadistas da estatura de De Gaulle e de Adenauer conseguissem a reconciliação dos dois povos. A guerra dos 10 anos, aparentemente vencida com o assassinato de Bin Laden, decretou um ódio implacável aos Estados Unidos e seus aliados.
A guerra dos 10 anos começou oficialmente em 2001, com a derrubada das Torres Gêmeas, símbolo do poderio e da supremacia americana. Sem investigar as causas mais profundas, os Estados Unidos optaram pelo revide. Declararam, seguindo eles, guerra ao terrorismo. Levaram 10 anos, com exército bem municiado, para vencê-la, matando um homem desarmado. Prepararam-se para a guerra, quiseram guerra e contaram vitória com a destruição do inimigo. Mas deixaram para trás de si rastros de destruição em vários países, que invadiram neste afã.
Terão, finalmente, paz? O domínio bélico jamais proporcionou paz, mas ódio e revolta. Se não se procurarem remédios mais eficazes de reconciliação para sarar as feridas abertas pela violência, não se pode esperar que se estabeleça paz entre os homens. A última guerra, dos 10 anos, não acabou. Hoje, pela internet e por todos os modernos meios de comunicação e de invasão, ninguém está seguro. Se é permitido, pela constatação de Tito Lívio, de que a guerra se nutre a si mesma, ao Estado matar sumariamente pessoas, não é de admirar que qualquer pessoa se arrogue o direito de eliminar, com o mesmo argumento quem que lhe pareça perigoso.
Diante deste mundo em guerra vemos, ainda hoje, as lágrimas de Jesus a chorar porque a humanidade, após 20 séculos de sua presença no mundo, ainda não descobriu quem lhe pode trazer a paz. Por isso João XXIII, na sua encíclica Pacem in Terris, corrige o aforismo romano para “se queres paz prepara a paz!” É óbvio! Mas custa convencer-se disso!
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