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CONJUNTURA

- Publicada em 08 de Junho de 2011 às 00:00

Indústria utiliza 82% da capacidade


Jornal do Comércio
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria caiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a 82% em abril, ante os 82,4% de março, com ajuste, conforme os Indicadores Industriais divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A UCI atingiu o menor patamar desde fevereiro de 2010. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda da UCI em abril foi de um ponto percentual.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria caiu pelo segundo mês consecutivo e chegou a 82% em abril, ante os 82,4% de março, com ajuste, conforme os Indicadores Industriais divulgados ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A UCI atingiu o menor patamar desde fevereiro de 2010. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a queda da UCI em abril foi de um ponto percentual.
Já o faturamento real (descontada a inflação) da indústria cresceu 4,3% em abril ante março. Na comparação com abril do ano passado, a expansão foi de 4,9%. As horas trabalhadas também aumentaram em abril, em 1,5%, em relação a março, mas o ritmo ainda não é suficiente para recuperar o recuo de 2,2% do mês anterior.
Em relação a abril de 2010, o aumento do indicador foi de 0,7% no quarto mês deste ano. O emprego na indústria voltou a ficar relativamente estável, com ligeira redução de 0,1% em abril ante março. Na comparação com abril do ano passado, o indicador registrou alta de 2,8%. A massa salarial real desacelerou sua expansão, na comparação com meses de 2010.
Em março deste ano, comparado com março de 2010, o crescimento era de 7,1%. Já na comparação de abril deste ano com o mesmo mês do ano passado o avanço foi menor, de 4,3%. O rendimento médio real do trabalhador cresceu apenas 1,5% em abril, na comparação com o quarto mês do ano passado.
O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, afirmou que os resultados da pesquisa em abril demonstram haver uma acomodação no ritmo da atividade industrial. A valorização cambial, o cenário internacional de economias desaquecidas, as medidas de contenção e de encarecimento do crédito tomadas pelo Banco Central são os principais fatores, segundo ele, na redução da expansão da indústria.
A inflação, que recuou em maio comparativamente a abril, registrando alta de 0,47%, contra 0,77% no mês anterior, foi o principal fator que corroeu a massa salarial e o rendimento médio real do trabalhador na indústria.
Ele destacou que esta influência é ainda mais visível se for levado em conta que, em comparação a abril de 2010 - quando a inflação estava bem mais controlada -,estes dois indicadores assinalam altas de 4,3% e 1,5%, respectivamente.
Quase metade dos setores da indústria de transformação registrou queda na produtividade em abril na comparação com o mesmo mês do ano passado. De acordo com a pesquisa, dos 19 setores analisados, nove apresentaram recuo na UCI sobre abril de 2010. Entre os segmentos que tiveram maior ociosidade estão couros e calçados, com queda de 4,4 pontos percentuais, têxtil, que recuou 3,5 pontos percentuais, e veículos automotores, com redução de 3,2 pontos percentuais.

Atividade industrial no Estado fecha com nova queda

A instabilidade que marca a atividade industrial gaúcha nos últimos 12 meses foi mais uma vez registrada. O setor fechou abril negativo em 0,6% diante de março, sem os efeitos sazonais, e interrompeu os dois crescimentos mensais anteriores. "Apenas o mercado interno mais aquecido não tem sido suficiente para garantir uma estabilidade positiva aos negócios. Outros fatores criam dificuldades, como a valorização do câmbio e os elevados juros", alertou ontem o presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Paulo Tigre, ao divulgar o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS).
Com exceção das horas trabalhadas na produção, que permaneceu praticamente inalterada (0,1%), as demais variáveis tiveram retrações: faturamento (-2,7%), compras totais (-2,1%), massa salarial (-1,8%), emprego (-0,3%) e utilização da capacidade instalada (-0,2%). Os setores mais intensivos em mão de obra somaram fortes desaquecimentos: couro e calçados (-11,3%) e máquinas e equipamentos (-9,7%). Entre o sobe e desce do desempenho industrial nos últimos 14 meses, o resultado líquido ficou positivo em apenas 0,24%.
Quando abril é relacionado com o mesmo mês de 2010, o IDI-RS apresenta uma queda de 1%. Nessa base de comparação interanual, é a primeira perda em 17 meses. O cenário de desaceleração foi verificado em dez dos 17 setores pesquisados e os que mais influenciaram no resultado geral foram produtos de fumo (-16,4%), máquinas e equipamentos (-6,3%) e produtos químicos (-2,2%). Já os maiores incrementos vieram de material eletrônico e de comunicação (21,6%), veículos automotores (13,3%) e alimentos e bebidas (3%).

Nova política do governo vai desonerar compra de máquinas

O governo bateu o martelo sobre quatro das 52 medidas que prometem integrar a nova política industrial, que está em gestação. Os ministérios envolvidos chegaram a um consenso sobre iniciativas que desoneram a compra de máquinas e equipamentos. As demais medidas - que vão focar o incentivo à inovação e o fortalecimento da defesa comercial - ainda estão em discussão. Com o nome provisório de Política de Desenvolvimento da Competitividade (PDC), o programa deve ser divulgado em solenidade pela presidente Dilma Rousseff nos próximos 30 dias.
"Vai ser uma injeção na veia de vitamina para a indústria, que vem sofrendo com o câmbio valorizado e com a concorrência desleal dos importados", disse o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Na quinta-feira da semana passada, Pimentel informou sobre o andamento da nova política industrial a empresários reunidos pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em São Paulo. Ele pediu aos seus auxiliares para detalhar as quatro medidas já definidas. As medidas foram relatadas à reportagem por fontes presentes na reunião e confirmadas pelo ministro. "Com o dólar barato e a desoneração tributária, temos a oportunidade de fazer uma enorme modernização do parque industrial", disse Pimentel.
A primeira medida vai acelerar a depreciação das máquinas, que permite as empresas declararem o valor pago como despesa, reduzindo o lucro e o pagamento de imposto de renda. Hoje o prazo é de cinco anos e vai cair para 12 meses.
A segunda medida é a recuperação imediata do PIS/Cofins pagos por quem adquire máquinas. A iniciativa é considerada pelos empresários a mais relevante do pacote, embora não englobe o ICMS pago aos estados. Hoje o prazo para o crédito de PIS/Cofins na compra de máquinas é de 12 meses e não é a primeira vez que o governo utiliza esse mecanismo.
O governo também vai zerar o IPI pago na compra de bens de capital. Desde a crise em 2008, a aquisição de máquinas já usufrui do benefício, que será estendido a outros bens - como computadores, caminhões ou até um galpão - desde que utilizados como equipamentos pelas empresas. Segundo Pimentel, a espinha dorsal da nova política industrial será o estímulo à inovação. Essas medidas, no entanto, estão em estudo. Outro foco da política industrial será a defesa comercial.
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