Por que o formulismo viceja nos regionais e não no Campeonato Brasileiro? Porque as desigualdades são maiores, claro. Há que se fazer render a tabela, sob pena de um ou dois dispararem e a disputa perder a graça. Mas não apenas por isso. É que normalmente os grandes clubes estão envolvidos com Copa do Brasil, Libertadores e não podem correr o risco de serem eliminados, por ousarem utilizar times reservas nos estaduais. Então, vivam as fórmulas complicadas! O diabo é que, aqui no Rio Grande, do jeito que for, acaba tudo em Grêmio ou Inter...
Grêmio
O Ypiranga não foi um adversário tão amigo como eu imaginava, perdeu para a maior categoria individual dos gremistas – ou disputa de pênaltis não é apenas entre goleiro e chutador? Também foi só, porque no jogo o time de Renato ficou devendo – para não falar na baita conta que ficou pendurada na Bolívia. Como gosto de palpites, aqui vai um: ou o Grêmio joga contra o Cruzeiro tudo o que jogou nos 2 a 0 sobre o Junior, ou dança. Com seu atual futebolzinho, sem poder de fogo no ataque, não vai longe.
Inter
Uma magra vitória sobre o esforçado Santa Cruz não seria capaz de justificar a chegada de Falcão. Não: o time mostrou os progressos que a simpatia pelo ex-craque desperta, nada que resista a uma análise fria. Não fosse o oportunismo de Damião, em aguda jogada de Andrezinho, receio que os pênaltis reservariam uma surpresa ao técnico estreante. Um ponto positivo no Santa Cruz foi novamente César, com algumas grandes defesas. Continuo achando que ainda não é goleiro para clube grande, preciso vê-lo jogar mais. O Inter também deveria fazê-lo, está precisando.
Gangorra de ídolos
A chegada de Falcão será um galão de gasolina jogado ao fogo da rivalidade sempre acesa no futebol gaúcho. Com Renato no lado adversário, a histórica gangorra virou brinquedo para pesos-pesados, alguém pode desabar com mais força. Como escrevo antes de Inter e Emelec, ainda há chances de Grenal na Libertadores e no Gauchão. Certo, mesmo, só pelo Brasileirão, dia 28 de agosto e na rodada final, com todos os clássicos – aquela que pretende evitar maracutaias mas não irá conseguir.
Fórmula 1
Não há dúvida, a competição ficou mais emocionante, voltaram as ultrapassagens, indispensáveis a uma prova automobilística e tão raras em temporadas anteriores. Por enquanto continua difícil torcer pelos brasileiros, chegar em sexto lugar já parece um milagre. Menos mal que Massa ficou, de novo, à frente de Alonso. O que me preocupa é que, com as novas regras, a estratégia da equipe e o trabalho nos boxes ficaram ainda mais importantes do que já eram. E, como se sabe, a Ferrari tem uma enorme, gigantesca simpatia por Alonso.
Pitacos
Deve existir outra gangorra lá na Serra: se o Juventude sobe, o Caxias desce, os dois no alto é coisa rara. *** A cada vez que utilizo a expressão “o diabo é que...”, como na primeira nota, sinto-me em dívida com Alberto Helena Junior, seu criador, nas crônicas futebolísticas que assinava no Jornal da Tarde (SP). *** Helena hoje está (bem) no time do “Bem, Amigos!” (Sportv).