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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 15 de Abril de 2011 às 00:00

Produtores de arroz pedem o fim da importação do Mercosul


GABIENTE JERÔNIMO GOERGEN/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Preocupados com o aumento dos prejuízos e a falta de uma solução por parte do Ministério da Agricultura, produtores de arroz pediram nesta quinta-feira ao presidente em exercício, Michel Temer, que suspenda a compra de grãos de países do Mercosul e uma nova ferramenta que substitua o instrumento do preço mínimo, avaliado hoje como insuficiente.
Preocupados com o aumento dos prejuízos e a falta de uma solução por parte do Ministério da Agricultura, produtores de arroz pediram nesta quinta-feira ao presidente em exercício, Michel Temer, que suspenda a compra de grãos de países do Mercosul e uma nova ferramenta que substitua o instrumento do preço mínimo, avaliado hoje como insuficiente.
Em reunião que contou também com parlamentares do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e com representantes de trabalhadores rurais, o grupo de produtores solicitou o reescalonamento da dívida passada e que os cortes do orçamento não atinjam os mecanismos de regulação de estoque de arroz.
Na avaliação do deputado federal Jerônimo Goergen (PP/RS), o Brasil já produz o suficiente para atender à demanda doméstica, e a entrada de arroz de outros países vizinhos tem feito com que o produtor registre uma perda em sua renda. Pelos cálculos do presidente da Federarroz, Renato Rocha, no último ano o Brasil importou 1 milhão de toneladas do produto. "E nós com o produto sobrando no mercado interno", comparou Rocha.
A segunda proposta é a criação de um preço meta, que viria a substituir o preço mínimo para o grão. Esse mecanismo é necessário, conforme o grupo, em função da defasagem dos custos de produção e os preços obtidos no mercado.
"Hoje a diferença é de R$ 10,00 por saca (de 50 quilos)", disse o vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Carlos Sperotto. Conforme os produtores, o custo de produção atualmente é R$ 29,00 a saca, enquanto o preço médio obtido no mercado fica em torno de R$ 19,00. O preço mínimo para o produto está em R$ 25,80.
Sobre o reescalonamento da dívida passada, Sperotto argumentou que, apesar de o Banco do Brasil ter dito recentemente que os produtos rurais têm de forma generalizada honrado e até adiantado o pagamentos de suas dívidas, em função da alta dos preços das commodities, o quadro não é positivo para todas as áreas, e arroz é uma delas. Por fim, o grupo solicitou ainda que o governo não deixe de interferir no mercado de arroz por conta de cortes no orçamento, e apresentou como solução a possibilidade da doação de 1,5 milhão de toneladas do produto excedente no Brasil para países com problemas sociais. Outra saída seria o uso do grão para produção de etanol em um momento em que o álcool proveniente da cana-de-açúcar está com preços elevados. "O vice-presidente sinalizou que buscará soluções e disse que não tinha conhecimento de que a situação era tão grave", relatou Goergen.
Após o encontro com Temer, a comitiva reuniu-se com o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, o qual admitiu que, apesar das tentativas, o governo ainda não encontrou uma forma de sensibilizar o mercado de arroz, que tem levado a cotação dos preços para baixo nos últimos meses. "Temos toda a disposição de ajudar, mas não encontramos uma forma, ainda, de dar segurança à cadeia do arroz", afirmou.
O ministro ressaltou que a dificuldade não é pontual e que já abriu mão de algumas ferramentas de política agrícola para interferir no mercado e que essas ações ainda não geraram uma resposta adequada. "Não fomos eficientes ainda, porque o mercado não reagiu como queríamos", afirmou.
Engrossando o tom de voz, Rossi denunciou que o setor de comercialização não está ajudando no processo de elevação dos preços pagos ao produtor. "Não é correto deixar tudo nas costas dos produtores. O setor de comercialização está sentado em cima dos estoques e precisava ter uma posição mais solidária neste momento", criticou.
Sobre a possibilidade de usar o arroz para a produção de álcool, uma das propostas levadas pelo grupo de produtores, parlamentares e trabalhadores a Temer, Rossi disse ser uma medida possível, mas que não geraria resultados imediatos, o que os rizicultores precisariam neste momento. "Isso é mais para médio e longo prazos", declarou o ministro da Agricultura.
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