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Opinião

editorial

- Publicada em 29 de Março de 2011 às 00:00

Pan-arabismo e a falta de opções dos jovens islâmicos


Jornal do Comércio
A revolução que sacudiu países árabe-muçulmanos pegou de surpresa a maior potência mundial que são os Estados Unidos da América (EUA). Mesmo com embaixadas, informantes e o mais completo serviço de inteligência como jamais houve desde o Império Romano, os estadunidenses ficaram perplexos. É que os movimentos foram espontâneos, surgiram de baixo para cima e tiveram o povo como estopim, não gabinetes acarpetados e onde a hipocrisia diplomática imperava, geralmente em prol dos interesses ocidentais. Alguns válidos, mas a maioria em favor dos bilionários negócios, principalmente advindos do petróleo. Os jovens árabes do Egito, da Tunísia, da Líbia e da Palestina estão sem perspectivas de trabalho e sem um horizonte de vida, ainda que tenham curso superior. Mas para se entender um pouco mais o que ocorre no Norte da África devemos lembrar que quando ruíram os últimos califados árabes houve a ascensão do Império Otomano. Desde então os povos árabes sonham com uma união geopolítica que abranja desde o Golfo Pérsico até o Oceano Atlântico. Seria uma potência populacional e geográfica unindo os árabes da Ásia aos árabes do Norte da África. Na Primeira Guerra Mundial, após cinco séculos os árabes tiveram este sonho revivido. Mas os ingleses e os franceses - hoje tão preocupados com os problemas que eles mesmos ajudaram a criar no início do século XX - prometeram aos árabes que dariam a eles a liberdade de fundarem o seu grande califado, caso ajudassem os aliados a combaterem os otomanos. Todos aqueles que estavam sob a tutela dos turcos otomanos durante quinhentos anos aceitaram de bom grado a promessa, que nunca se realizou. Até hoje a pobreza reina. Como na América Latina, os árabes estão longe demais de Allah e perto demais das potências ocidentais, todas de olho no petróleo.
A revolução que sacudiu países árabe-muçulmanos pegou de surpresa a maior potência mundial que são os Estados Unidos da América (EUA). Mesmo com embaixadas, informantes e o mais completo serviço de inteligência como jamais houve desde o Império Romano, os estadunidenses ficaram perplexos. É que os movimentos foram espontâneos, surgiram de baixo para cima e tiveram o povo como estopim, não gabinetes acarpetados e onde a hipocrisia diplomática imperava, geralmente em prol dos interesses ocidentais. Alguns válidos, mas a maioria em favor dos bilionários negócios, principalmente advindos do petróleo. Os jovens árabes do Egito, da Tunísia, da Líbia e da Palestina estão sem perspectivas de trabalho e sem um horizonte de vida, ainda que tenham curso superior. Mas para se entender um pouco mais o que ocorre no Norte da África devemos lembrar que quando ruíram os últimos califados árabes houve a ascensão do Império Otomano. Desde então os povos árabes sonham com uma união geopolítica que abranja desde o Golfo Pérsico até o Oceano Atlântico. Seria uma potência populacional e geográfica unindo os árabes da Ásia aos árabes do Norte da África. Na Primeira Guerra Mundial, após cinco séculos os árabes tiveram este sonho revivido. Mas os ingleses e os franceses - hoje tão preocupados com os problemas que eles mesmos ajudaram a criar no início do século XX - prometeram aos árabes que dariam a eles a liberdade de fundarem o seu grande califado, caso ajudassem os aliados a combaterem os otomanos. Todos aqueles que estavam sob a tutela dos turcos otomanos durante quinhentos anos aceitaram de bom grado a promessa, que nunca se realizou. Até hoje a pobreza reina. Como na América Latina, os árabes estão longe demais de Allah e perto demais das potências ocidentais, todas de olho no petróleo.
O desgastado presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse aos norte-americanos que a ação na Líbia evitou uma catástrofe humanitária. Obama entregou o comando da missão para a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), deixando os EUA, ao menos publicamente, com um papel de apoio. Petróleo foi o nome mágico que fez com que Inglaterra, França e, depois da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos apoiassem ditadores e olhassem para o lado enquanto a corrupção mantinha no poder por décadas gente como o então rei Farouk do Egito, deposto por Gamal Abdel Nasser, que nacionalizou o Canal de Suez e acabou derrotado fragorosamente pelos israelenses em 1967, Hosni Mubarak, que recém foi apeado do poder e, agora, com Muamar Kadafi. O sonho de voltar ao apogeu da Idade Média está longe para os árabes do Norte da África e da Ásia. Atualmente, mais confusão no Norte da África. A mistura de religião com política explora a desesperança da juventude que há 40 anos espera dias melhores em diversos países da área. Um pan-arabismo poderá melhorar a situação? Provavelmente Israel, com o seu poderio educacional, tecnológico, político, econômico e militar devesse - paradoxalmente - conduzir uma reforma que desse visibilidade aos anseios da juventude árabe do Oriente Médio. Isso acalmaria a região talvez por décadas. É uma possibilidade. Talvez a única. E a última.
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